Crítica // A brigada da chef ###
Foi vivendo uma assistente social, no longa As invisíveis que, há três anos, a atriz Audrey Lamy se viu popularizada junto aos espectadores do filme que adaptou a literatura de Claire Lajeuni, tratando de uma sociedade nefasta, incapaz de enxergar as minorias. Sob os cuidados do mesmo diretor Louis-Julien Petit, de As invisíveis, Audrey brilha em A brigada da chef, ao mesmo tempo em que se destaca noutro belo filme em cartaz na capital: O tesouro do Pequeno Nicolau.
Integrado a trio de roteiristas, Louis-Julien Petit, com a discreta presença de François Cluzet (ator de filmes como A farsa) no elenco, extrai um envolvente drama com muitas pitadas de humor, no novo filme. Atraída pelo "charme de um restaurante", anunciado pelo executivo Lorenzo (Cluzet), Cathy Marie, depois de cavar a demissão em um estabelecimento sofisticado, parte para a jornada de aperfeiçoamento como chefe de cozinha.
O sonho individual de Cathy porém, se vê algo frustrado, uma vez que o pretendido emprego dos sonhos desemboca, na verdade, num pouco aconchegante abrigo para imigrantes. Neste ambiente, entre outros, se destacam Sabine (Chantal Newirth), uma incondicional fã de Cathy, e Djibril (Mamadou Koita), apegado ao sonho de ser jogador profissional de futebol. Num admirável aprendizado, entre renovar as expectativas individuais, frente a um bem maior (o que privilegia o coletivo), Cathy escala mais uma oportunidade dada pelo destino: participar de uma inesquecível temporada de programa de tevê à la MasterChef. Emocionante e singelo, A brigada da chef abraça o clima agridoce da temporada de festas de fim de ano.