Cinema

Sequência de Avatar chega mergulhada no sucesso

Está nas telas a primeira sequência para o mais rentável filme de todos os tempos: Avatar. A nova produção adentra um mundo aquático

Já faz 13 anos que, na telona, os espectadores testemunharam o nascimento de alienígenas gigantes azulados, com olhos afastados, quatro dedos e movimentos inspirados, a meio-termo, entre macacos e felinos. Naquele ano de 2009, Avatar gerou, na estreia, em dezembro, comentário do Correio de que "o mago James Cameron" (diretor do filme) tinha "potencial para consumar o feitiço de desbancar a si próprio no ranking dos mais rentáveis filmes do mundo", caso jogasse terra no recorde de Titanic (exibido em 1997), filme também a cargo de Cameron.

Assumidamente inspirado por Guerra nas estrelas, Avatar desfilava a representação dos sentimentos de impotência de um povo ultrajado pela guerra que afetava o sistema estelar Aplpha Centauri-A. Nas bilheterias, o filme caiu nas graças de espectadores de todo mundo, alcançando a marca de US$ 2,9 bilhões em termos de lucro — nada menos do que a maior da história do cinema. Com duração de 3 horas e 10 minutos, Avatar: O caminho da água, que recém-chegou às salas de exibição, explora a continuação dos dramas da família Sully.

Para quem não se lembra, Jake (Sam Worthington) e Neytiri (Zoe Saldaña), na lua Pandora, são Na´vi, nativos que convivem com uma colônia humana naquela lua. Na primeira fase do filme, o capitalismo terrestre interferia em Pandora, nutrindo uma ganância por unobtanium, um minério escasso. Imigrante involuntária, na nova fita, a família Sully se vê obrigada a se ajustar à vida em oceanos, típica do dia a dia no território do clã Metkayina. Com os nômades, está Kiri, a filha adotiva dos Sully, que teve por mãe biológica um avatar da Dra. Grace Augustine (vista na primeira aventura).

No filme, pesa a figura do jovem humano Spider (Jack Champion), abandonado em Pandora ainda bebê e por quem a numerosa família Sully estabelece vínculo. No clã central, está Neteyam, o primogênito prodígio (papel do inglês Jamie Flatters); o inseguro Lo'ak (Britain Dalton, com um personagem marginalizado) e a agitada Tuk (Trinity Jo-Li Bliss). A idosa matriarca Mo'at, novamente, ganha a interpretação de C.C.H. Pounder, veterana atriz, quase septuagenária.

Mais capítulos

De antemão, é sabido que o novo projeto de Cameron estenderá tragédias e batalhas de sobrevivência dos personagens, até 2028, com direito a mais três sequências, em estreias bienais. As reações internacionais, que tiveram sessões prévias na Inglaterra, resultaram em impressões fortes de veículos como a Indiewire, para a qual o crítico David Ehrlich decretou ter assistido a "asseguradamente uma das melhores experiências em cinema em anos" e que deixa o "streaming, morto, em uma vala", num comparativo de vigor. O colunista desacredita quem seja "burro o suficiente para apostar contra James Cameron", ao se dizer perdido entre imagens impactantes junto à personagem adolescente Kiri (num truque que envolve a atriz Sigourney Weaver) ou baleias gigantes, numa aventura "anos-luz melhor do que a de 2009".

Mike Ryan, do site Uproxx, explicita o ineditismo técnico e visual do novo filme, e mesmo de olho em controlar a tendência à hipérbole na análise do filme, ele ressalta o esplendor da vida aquática em Pandora, capacitado até a deixar o espectador desviado de atenção da trama central do longa. Uma lembrança deixa ainda mais intrigante a ansiedade pelo novo filme: mesmo com seis derrotas no Oscar de 2010, entre as quais na categoria de melhor filme e direção, Avatar encheu os olhos, vencendo nos mais vistosos quesitos visuais: melhor fotografia, direção de arte e efeitos visuais.