Cinema

Em Uma mulher do mundo, Laure Calamy vive mãe louca pelo sucesso do filho

Filme francês é centrado no drama de uma mãe que se afunda em esforços pela felicidade do filho

Crítica // Uma mulher do mundo ###

Foi bem recentemente que, nas telas, a atriz Laure Calamy mostrou a que veio, com o longa assinado por Eric Gravel Contratempos. No filme, pelo qual venceu a prêmio da mostra paralela Horizontes (do Festival de Veneza), ela interpretava uma mãe que, sem companheiro para o cotidiano, esperneava para dar uma vida digna aos filhos. Se a interpretação de Laure era de tirar o fôlego, naquele filme de Gravel (dado como melhor diretor), fica ainda mais impressionante vê-la revestir com elementos muito diversificados o protagonismo de Uma mulher do mundo, novo filme de Céline Ducrocq. Curioso é que, de novo, ela responde pelo papel de uma mãe capaz de abraçar o mundo com as pernas, para dar conforto e garantir o futuro de Adrien (Nissim Renard), seu filho algo desnaturado.
Pouco importa que, concorrente ao prêmio César de melhor atriz, na pele de Marie, Laure tenha sido desbancada pela veterana Valérie Lemercier, que homenageou Céline Dion, na composição da protagonista de Aline — A voz do amor. Sacrifícios de toda a sorte estão no caminho de Marie que forja um retorno ao campo de profissional do sexo, a fim de pagar um prestigioso curso de gastronomia para o filho que é incapaz de se comunicar e se mostra indisposto com as responsabilidades da vida adulta.
Nada empático, o rapaz não reconhece nem mesmo os esforços de quem pretende, desinteressadamente, ajudá-lo, caso de uma advogada (personagem trans a cargo de Romain Brau). Impulsiva, corajosa e por vezes injusta e desesperada, Marie traz um cabedal de emoções, a cada noite de uma batalha dolorosa, afundada num submundo do qual parece sempre indissociável. Ponto novamente para Laure Calamy.