Cinema

Na oferta do sexo limpo: confira a crítica de comédia australiana

Com as rédeas do roteiro e da direção, Renée Webster diverte, no cômico 'Como agradar uma mulher' que abraça empreendedorismo e muito prazer feminino

Ricardo Daehn
postado em 30/12/2022 07:49
 (crédito:   David Dare Parker/A2 Filmes)
(crédito: David Dare Parker/A2 Filmes)

Crítica // Como agradar uma mulher ###

Já foi o tempo em que um cineasta como o inglês Peter Cattaneo definia os anseios de mulheres num filme cômico do porte de Ou tudo ou nada, que, tratando de strippers ocasionais, chegou a disputar, há 25 anos, prêmios de melhor filme e de melhor direção. Pouco depois, vale a lembrança, mesmo a diretora Nancy Meyers, em Do que as mulheres gostam, passou o protagonismo para o personagem de Mel Gibson.

Numa empreitada similar, é a diretora estreante Renée Webster (saída de séries de tevê) quem dá as cartas no longa Como agradar uma mulher. Juntando temas como demissão, etarismo e falência de pequenas companhias, ela, que assina o roteiro, partiu de uma experiência de empresa real com negócios desdobrados entre obrigação e prazer. Dado como melhor narrativa no Festival Internacional das Mulheres em Toronto (Canadá), o filme alinha reservas de pessoas (mais precisamente homens), a fim de, por préstimos sexuais, dar um fim à "invisibilidade" sexual de mulheres de meia-idade.

Prazer em Mudá-lo é o nome escolhido por Gina (Sally Phillips, atriz da franquia Bridget Jones e de Veep) para explorar, no ramo das mudanças e dos serviços da limpeza doméstica, uma atividade com quê de prostituição masculina. Tom (Alexander England, visto em Alien: covenant), destacado como dançarino erótico num aniversário da protagonista, responde pelo lampejo de criatividade de Gina. Os personagens masculinos, de fato, passam o rodo, numa outra conotação para o termo.

Ofertando a possibilidade de orgasmos junto com préstimos de faxina, despontam figuras como Anthony (Ryan Johnson, coadjuvante de Doctor, doctor) e o cinquentão casado Steve (Erik Thomson). Limpar a barra, junto à série de encrencas (que incluem insatisfação policial), é apenas uma das artimanhas que rendem momentos bem divertidos, no filme que abraça roteiro convencional, mas, nem por isso, menos eficiente. Cansada da insatisfação, ao lado do rame-rame do marido Adrian (Cameron Daddo), Gina oferece boa nuance para a composição da atriz Sally Phillips. Outro que se destaca é Ryan Johnson, empático no aprendizado das vontades femininas. Sem espaço para moralismo, e sem apelação, a fita trata, sob medida, de animação, ressaca e discretos vibradores, além, claro de atração sexual.

 

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