O ambiente circense vai tomar conta do Teatro Galpão Hugo Rodas hoje quando o Coletivo Instrumento do Ver começar a encenar a sucessão de pequenas histórias de 23 fragmentos desses últimos dias. Criado em 2019 e fruto de uma parceria com o coletivo francês Le Troisième Cirque, o espetáculo chegou a estrear em Brasília pouco antes de começar a pandemia, mas precisou ser suspenso por causa do estado de emergência sanitária. Agora, o grupo retoma o calendário de apresentações na cidade após passar pela França e por Recife.
Com direção e circografia da francesa Maroussia Diaz Verbèke, do Le Troisième Cirque, o espetáculo reúne seis artistas empenhados em transformar o palco em um circo mágico e singular. Baseado no modelo circense em que as ações se sucedem de maneira dinâmica e cheia de emoção, 23 fragmentos desses últimos dias carrega as vivências dos atores, mas também investe na leitura de acontecimentos que tenham impactado o país e o mundo recentemente. "O espetáculo tem uma dramaturgia, na verdade uma circografia, baseada num espetáculo de circo mesmo: é fragmentado, traz várias trajetórias de cada um dos acrobatas circenses em cena e tem a diversidade como eixo, então a gente traz vários assuntos ao mesmo tempo, assuntos pessoais, do Brasil, do mundo, tudo junto misturado nesse caldeirão que é o circo e no qual cabe tudo", explica Maíra Moraes, uma das atrizes em cena.
A diversidade é a marca do espetáculo, já que as experiências pessoais dos atores dão o tom de boa parte da ação. "A gente traz 23 fragmentos de tudo que nos atravessou nos últimos momentos, nos últimos vividos. Tanto pessoalmente, como o que tem atravessado o Brasil e o mundo. O eixo é a convivência das diferenças em cena, com tudo que o circo dá conta de fazer", avisa Maíra. Não há hierarquias na montagem, todos os atores e todas as cenas têm igual importância, uma maneira de manter o espírito do circo vivo. Sob a lona, todos são iguais.
Além de três artistas do próprio Instrumento do Ver, o espetáculo conta com três convidados. Lucas Maciel traz de Recife a experiência do contorcionismo e Marcos Mota vem com as particularidades do circo baiano, enquanto o carioca André Oliveira acrescenta a dança. Segundo Maíra Moraes, o espetáculo tem um formato adequado para o público de todas as idades e pode ser visto tanto por crianças quanto por adultos.
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