Para encerrar uma série de celebrações dedicadas à consciência negra, o Festival Afro leva ao Espaço Cultural Renato Russo a exposição Afro Religiosidades — um caminho de axé. A mostra é a última etapa de uma série de eventos que envolveram as afro-talks, encontros com poetas e escritores iniciados em 2021 com uma a primeira exposição de temática racial no Museu de Arte de Brasília (MAB). "Temos a proposta de valorizar as vidas negras por meio da arte e da cultura. Então realizamos diversas ações para desembocar em novembro, por causa do mês da consciência negra", explica Carolina Martins, curadora de Afro Religiosidades — um caminho de axé.
O tema do festival durante todo o ano de 2022 foi a intolerância religiosa e é sobre isso que os artistas Dio de Ceilândia, e Marta Moura, do Rio de Janeiro, refletem nas obras apresentadas no Espaço Cultural Renato Russo. "O Dio tem esse olhar especial para registrar o cotidiano periférico e usa elementos sustentáveis", avisa Carolina. Feita com materiais descartados que o artista reaproveita e reutiliza, as obras trazem para a galeria temas ligados às religiões de matrizes africanas e indígenas. Residente da galeria Risofloras, professor, tatuador e pesquisador, Dio recolhe materiais descartados e encontrados nas ruas para criar pinturas e desenhos.
Residente no Rio de Janeiro, Marta Moura traz a Brasília uma coleção de obras inspiradas na força dos orixás, especialmente Oxum. Em OBINRIN ASÉ — Força Feminina, a artista fala das mulheres e dos silenciamentos violentos que muitas vezes levam à morte. "Ela tem um trabalho muito marcado pelo empoderamento feminino e combate ao feminicídio. É uma pessoa de terreiro, então o processo de criação dela é imerso na sinergia dos orixás", avisa Carolina.
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