Artes Visuais

Exposição traz fotografias premiadas no World Press Photo

Exposição de fotografia mostra mulheres em todo o mundo cujas histórias foram captadas por fotojornalistas e premiadas no World Press Photo

Um grupo de mulheres precisa se vestir de homem para assistir a um jogo de futebol no Irã. Profundamente chateada com a covid-19, a pequena Antonella, de 12 anos, faz promessa de só voltar a cortar o cabelo quando puder ir à escola presencialmente. Em Zanzibar, meninas enfrentam as tradições pelo direito de aprender a nadar e na Colômbia pós-Farcs, ex-guerrilheiras impedidas de serem mães descobrem a maternidade. Essas são algumas das trajetórias retratadas por fotógrafas do mundo inteiro em Resiliência — Histórias de mulheres que inspiram mudanças, em cartaz a partir desta sexta-feira (4/11) na Galeria Fayga Ostrower, no Eixo Cultural Ibero-Americano.

Premiadas nos concursos World Press Photo nos últimos 20 anos, as imagens celebram as mulheres e fazem um relato visual de realidades impactantes com temas que passam por gênero, violência, sexismo, direitos humanos e igualdade. São trabalhos de 17 fotógrafos de 13 países cujas imagens procuram refletir sobre como as questões de gênero evoluíram nas últimas duas décadas. "Queríamos mostrar uma perspectiva de mulheres contemporâneas representadas no concurso nos últimos 20 anos. O foco era mostrar a força que elas têm ao lidar com certas questões sociais", explica Raphael Dias da Silva, gerente de projeto do World Press Photo (WPP), um dos prêmios de fotojornalismo mais importantes do mundo.

Criado há 67 anos, o WPP é uma organização sem fins lucrativos, com sede na Holanda e que, todo ano, premia as melhores reportagens fotográficas realizadas por profissionais do mundo inteiro. Em Resiliência, há nomes como o da fotógrafa Anna Boyiazis, que registrou as meninas de Zanzibar, da iraniana Forough Alaei, que se arriscou para mostrar a opressão das torcedoras, e da colombiana Catalina Martin-Chico, que focou nas ex-guerrilheiras das Farcs. "Tem histórias que representam perspectivas diferentes em termos de assuntos, desde assuntos diários até assuntos sociais e políticos, como a covid-19, as mulheres em lugares de liderança, as mulheres na comunidade LGBT, violência sexual, direito reprodutivo, são muitos estilos e histórias diferentes", avisa Silva. "O importante era não mostrar as mulheres como vítimas, mas sua própria força, não focar na opressão, mas na luta."

Serviço

Resiliência — Histórias de mulheres que inspiram mudanças

Visitação até 20 de novembro, na galeria Fayga Ostrower, no Eixo Cultural Ibero-americano (Eixo Monumental – Setor de Divulgação Cultural Lote 02, antiga Funarte), de terça a domingo, das 12h às 18h, e aos finais de semana, das 10h às 18h.

Saiba Mais

 

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