Com uma programação que traz 16 espetáculos distribuídos pelos próximos 10 dias, o Festival de Teatro Dulcina ocupa o Espaço Cultural Renato Russo com uma seleção de peças vindas do Ceará, Bahia, Rio Grande do Sul, São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Goiânia e Brasília. Organizado pela C1ArteEntretenimento, o evento é uma homenagem a Dulcina de Moraes e uma tentativa de movimentar a cena teatral da cidade. Os espetáculos serão realizados também nos teatros Sesc de Taguatinga e Ceilândia e no Espaço Semente, do Gama.
No total, o festival traz 20 apresentações com nove espetáculos de fora da cidade e a celebração de alguns grupos e profissionais que ajudaram a construir a história do teatro na cidade. A curadoria foi feita por André Amaro e Elizana César e a dupla avaliou 204 espetáculos para escolher 12. Os outros quatro foram convidados. Entre eles está a dramaturga Denise Stocklos, com Abjeto sujeito, e Outra história de amor, montagem de Humberto Pedrancini e Ruth Guimarães com direção de Zé Regino.
Em Abjeto sujeito, Denise aborda a obra de Clarice Lispector em uma montagem cuja pesquisa ela identifica como de interpretação de teatro essencial. "É um teatro sem rede de segurança, destemido, ela vai bem a fundo, é visceral", explica Cléber Lopes, idealizador e realizador do Festival Dulcina. O monólogo tem apresentação única e é fruto de décadas de trabalho da dramaturga, que participa de bate papo com o público durante o evento.
Outra história, com Humberto Pedrancini e Ruth Guimarães, conta a trajetória de um casal em crise após 45 anos de casamento em uma montagem que abre o festival. "Eles tratam da velhice falando, principalmente, de vida, de futuro, de sexualidade, de paixão. É um espetáculo para falar de vida, avisa Cléber Lopes.
Também de Brasília, Naira Carneiro, da Cia. Buritis, apresenta Depois do silêncio, sobre a professora Anne Sullivan e sua aluna Hellen Keller, ambas surdas e mudas. Naira também está em À beira do sol, novo espetáculo da companhia. Túlio Guimarães, que passou parte da vida dedicado ao legado de Dulcina de Moraes, apresenta Volver a Letícia, com direção de Alexandre Ribondi. A peça é um mergulho nas memórias do ator e na região na qual passou a infância, na fronteira entre Brasil e Colômbia.
Além da programação nos palcos, o festival também apresenta uma exposição sobre Dulcina de Moraes. Segundo Lopes, a Fundação Brasileira de Teatro, criada pela atriz, trabalha na organização do acervo e disponibilizou mais de 20 fotografias e objetos pessoais da comediante para a exposição Acervo Dulcina parte 1, que ficará disponível no mezanino da Praça Central.
Serviço
Festival Dulcina
Até 13 de novembro no Espaço Cultural Renato Russo. Ingressos R$ 20 e R$ 10 (meia) na bilheteriadigital.com. Espetáculos também no Teatro SESC Paulo Autran (Taguatinga), Teatro SESC Newton Rossi (Ceilândia) e Espaço Semente (Gama), com entrada franca.
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