Num cenário extremamente esquentado pelo lançamento do longa de animação Mundo estranho, em grande parte constituído com elementos harmônicos em termos de representatividade das chamadas minorias, a Disney trocou de comando central, dispensando o antes todo-poderoso CEO Bob Chapek. O novo filme do diretor Don Hall, nome ligado a sucessos de Operação Big Hero (2014), Moana (2016) e Raya e o último dragão (2021), estreia num momento de novas diretrizes para a empresa secular, associada à ampla transformações de conteúdo. Lugares diferentes, e fora do mapa, impulsionam moradores de Avalônia, mais particularmente integrantes da família Clade: o pai Jaeger "o mais másculo que há" (como destaca uma narração) e Searcher, o filho, mais aplicado em estudos e interesses botânicos. De olho no futuro, o rústico Jaeger destaca: "somos exploradores, não jardineiros".
Nesse primeiro momento do longa (codirigido por Qui Nguyen), graficamente, fica evidenciada a aproximação com as chamadas publicações de pulp fiction. Eis que, num lacunar prosseguimento de tudo, passados 25 anos na narrativa, com uma crise energética contornada, Avalônia traz um horizonte rural para o agora fazendeiro Searcher, que deixa no passado tradição de exploração e de desbravamento, legado do pai. "Eu não sou você", demarcou Searcher, no passado, e fez cumprir as mudanças de norte. Casado com Meridian, ele mantém a mente arejada para os "flertes fofos" do filho Ethan, adolescente fortemente interessado no amigo Diazo. A família ainda é alargada pela presença do cachorro Legend, que teve uma pata amputada. Entre criaturas fluorescentes e desafios como o de sobrevoar um mar escaldante, os personagens se aventuram em novidades como o da convivência com o gelatinoso ser Splat.
Se o "mundo está mudado", como prega enunciado do longa-metragem, a criatividade do roteiro se confirma moderada, não apenas pela assumida inspiração em obras literárias de H.G. Welles e Julio Verne. Num liquidificador, componentes de longas como Avatar, Jurassic Park e Divertida Mente dão as caras, seja em estética ou conteúdo. Há relativização do poder gerado por fontes energéticas, e, nisso, finalmente Mundo estranho acolhe ação, com vários personagens metidos na nave batizada Venture. Em muitos momentos, Meridian, uma mãe negra, assume cargo de piloto da aeronave Callisto. Sem pando, uma vegetação adoecida (por causas desconhecidas), Avalônia corre sérios riscos de ficar sem energia.
Atritos entre três gerações de homens movem muito da trama de Mundo estranho: descolado, Searcher vê com bons olhos a diversidade abraçada por Ethan, que conhece o avô (sempre conservador, a ponto de defender um orgulhoso enunciado de "Não vou mudar"), em circunstâncias bem específicas. Num embate com o envelhecido pai, Searcher dispara: "Amo colocar meu amor em algo forte e duradouro". Mundo estranho, aos poucos, se transforma num manual de adaptação a novos tempos.
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