Capital do país do futebol, Brasília está em ritmo de Copa do Mundo. O maior evento futebolístico começa no fim deste mês e, para celebrar, o Divirta-se mais preparou uma seleção especial de restaurantes que exploram a culinária dos países participantes. Espalhadas pela capital federal, casas da cidade mostram aos brasilienses a variedade gastronômica da Oceania à América Latina, passando pela Europa, África e Ásia.
Um dos países favoritos à taça, a Argentina é bem representada fora dos campos - a culinária dos nossos hermanos tomou conta de Brasília. "As parrillas argentinas estão em alta pelo Brasil e não seria diferente aqui", garante Rafael Lago, sócio-proprietário do restaurante Caminito Parrilla. "Nosso intuito é fazer com que os clientes viagem para Buenos Aires sem sair de Brasília", explica. Além da inspiração gastronômica, a casa conta com decoração temática, música latina e noites de tango.
Portugal, além de bem representado nos campos com Cristiano Ronaldo, também é craque na gastronomia. No entanto, são poucos os restaurantes que mergulham na culinária do país europeu. "Observamos que em Brasília há poucos restaurantes tipicamente portugueses, por isso acredito que o brasiliense tem a tendência de comer, principalmente, bacalhau", opina Angélica Campos, responsável pela Taberna Lusitana, uma das poucas casas de Brasília especializada em comida portuguesa. A proposta do restaurante é trazer pratos que vão além do óbvio. "Existem alguns clientes que, por já terem visitado mais o país ou morado lá, têm o hábito de abrir o paladar para outras opções além de bacalhau", conta.
O brasileiro é apreciador de um bom churrasco. A carne na brasa é um gosto em comum que temos com nossos queridos Hermanos, afinal, nada melhor do que reunir amigos e família para preparar uma churrascada acompanhada daquela cerveja gelada.
Com o passar do tempo, os brasileiros foram se familiarizando com os cortes argentinos (bife de chorizo, bife ancho, bife de lomo, bife de tiras, ojo de bife) e com o preparo na famosa "parrilla argentina".
"Brasília tem gente de vários lugares do mundo e, por isso, a divulgação de um restaurante coreano é bem aberta em termos da aceitação de um sabor novo", avalia Paulo Yang, responsável pelo Soban Korean Cuisine. "Quando pensamos em abrir o restaurante, nossa intenção não foi só vender pratos coreanos, mas também mostrar a cultura coreana, contribuir para fazer os brasilienses sentirem um pouco da nossa cultura", relata. Com a seleção da Coreia selecionada para jogar a Copa deste ano, a casa está em festa. Paulo promete que, se o país chegar às quartas de final dos jogos, o Soban fará um especial com preços promocionais e com comidas que não estão no cardápio.
O Sunugal Bistrô, que contempla a gastronomia de Senegal - a seleção africana mais forte da competição -, também preparou uma programação diferente para os dias do evento. "Nós vamos transmitir os jogos e temos cardápios especiais para isso: drinks, pratos especiais, petiscos e sobremesas. É uma outra oportunidade para divulgar a cultura e a gastronomia senegalesa, já que a Copa reúne os povos do mundo inteiro. Então, o povo vai ter a oportunidade de se juntar e conhecer mais um pouco do Senegal", explica Papy, proprietário do Sunugal Bistrô.
O cardápio dos hermanos
Inspirado pela rua-museu de Buenos Aires, atração turística no bairro de La Boca, na Argentina, o restaurante Caminito Parrilla transporta os clientes Bife de chorizo black angus com arroz cremoso de brócolis e farofa Caminito para a capital da Argentina. Criada há cinco anos, a casa é resultado de um sonho de quatro amigos em ter em Brasília um restaurante de qualidade para todos, com cozinha de referência por um preço justo e acessível. No cardápio elaborado pela chef Paula Labaki, o bife de chorizo (R$ 274,90 — serve de 3 a 4 pessoas) é a camisa 10. São 750g de carne acompanhadas por arroz Caminito, farofa de ovos, batata frita e a famosa salada Juliene. A bebida que melhor casa com o prato é o drink Riquelme (R$ 32,90), à base de gin, frutas vermelhas, grenadine, redução de hibisco e água tônica. Para finalizar, a tradicional panqueca de doce de leite argentino (R$ 19,90) também é sucesso entre os clientes da casa. O Caminito não ficará de fora das promoções especiais durante a Copa: os clientes que forem ao restaurante com a blusa da seleção Argentina ganharão um chope Patagônia, e, em todos os jogos do Brasil e da Argentina, terá dose dupla de Quilmes, cerveja tradicional porteña. Façaseueventocorporativo norestaurante mais premiadodeBrasília! Lago Sul |(61)3248-1672@trattoriadarosariooficial
Tempero coreano
O Soban Korean Cuisine nasceu das raízes coreanas lapidadas pelas mãos da chef Patrícia Lee. Intimamente ligada ao seu país de origem, Lee proporcionava banquetes a amigos próximos quando ainda morava em São Paulo. Ao perceber que a rejeição pela comida coreana era mínima, quase nula, a chef teve a ideia de criar um restaurante coreano com o marido, Paulo Yang.
"Os brasileiros realmente gostam. A comida coreana é bem temperada e a do brasileiro também. Então, bate muito bem o tempero, porque os brasileiros gostam de comida boa", relata o co-fundador Paulo Yang. Ele também conta que o momento da refeição para os coreanos é muito valorizado, devido às mazelas da Guerra da Coreia, nos anos 50. "O grande desenvolvimento da Coreia mostrou a perseverança de lutar e ganhar da miséria'', destaca.
Para compartilhar esse momento de felicidade, portanto, Yang destaca um prato bem "abrasileirado". É o caso do BulPan BulGoGui (R$ 185), o famoso churrasco coreano, feito de contrafilé, temperado com Shoyu e acompanhado de macarrão de batata doce, servindo até três pessoas.
Para o individual, Paulo recomenda o ManDuGuk (R$ 65). "É uma sopa de guioza, versão coreana, e é muito típica para celebrações de ano novo e aniversário", comenta. Os pratos casam bem com o Soju (a partir de R$ 51), bebida alcoólica à base de batata doce e arroz, além dos Ade (sem álcool) (a partir de R$ 10), com néctar natural da fruta e água com gás.
A diversidade do Senegal
Professor de francês e chef de cozinha, Papy, como é conhecido, criou o Sunugal Bistrô na intenção de promover a cultura senegalesa pela capital federal. A ideia veio após frequentes elogios de alunos e convidados para quem costumava cozinhar em eventos comemorativos. Desde dezembro de 2020, portanto, ele reflete a cultura afro-francofone por meio da alimentação e como ela pode ajudar a mostrar o Senegal para Brasília e para o mundo.
“Apesar de singular, os ingredientes são praticamente os mesmos, há uma similaridade muito grande”, comenta o Papy, sobre a culinária senegalesa. Ele relata que procura expressar nos pratos as cores do Senegal. “É um país multicultural, então muito colorido. Dentro da gastronomia a gente traz bastantes legumes, vegetais, proteínas e verduras. Para quem gosta de comida natural e saudável, está bem servido”, completa.
A escolha do Brasil como país acolhedor, dessa forma, não significou um obstáculo para o senegalês. “Não quis abandonar minha cultura e minhas raízes. Dentro do Brasil tem um pouco da África. Então, por que não juntar o útil ao agradável?”. Papy ainda revela a importância de mostrar que a África é um continente e que cada país nela apresenta sua própria cultura. O chef explorou “mostrar a diversidade do Senegal e suas multifacetas.”
Os pratos indicados por ele são: o Dakhine (R$42,90), risoto à base de pasta de amendoim, limão e tamarindo. Ele casa com o Jus Dinger (suco de gengibre). Além dele, o Yassa (a partir R$49,90), que é um molho feito à base de cebola, limão e mostarda dijon. Ele é harmonizado com o Jus Bissap (suco de hibisco). Ambos os pratos levam acompanhamentos e proteínas à escolha do cliente.
Além do bacalhau
"A Taberna Lusitana é mais elaborada que uma tasca portuguesa, porém menos sofisticada que um restaurante", define Angélica Campos, proprietária da casa. A proposta central do restaurante é trazer, por meio dos pratos, os diversos sabores da cultura gastronómica portuguesa, com influências de regiões de norte a sul do país. Clássico da culinária de Portugal, o açorda de bacalhau (R$ 295, para 2 a 3 pessoas) é um dos carros-chefe da casa.
Fugindo do tradicional, outro destaque para Angélica é o polvo à lagareiro (R$ 175), tradicional polvo ao forno com azeite confitado com páprica defumada, batatas ao murro, alho assado e tomate confit. Para acompanhar, a proprietária sugere o drink caipirão (R$ 27,50), combinação de limão, gelo e licor Beirão.
O clássico francês
Diretamente de Caruaru, no interior de Pernambuco, o chef de cozinha Severino Alves Xavier veioa Brasília para herdar o prestigioso La Chaumière. Aos 15 anos, o então jovem viajou para a capital e passou a trabalhar e morar com um casal francês, com o qual aprendeu tudo sobre a culinária francesa. Em 1970, o casal o convidou a ir com eles para a França e, em 1973, confiou a ele a missão de conduzir o restaurante. "Eu falei que era muito jovem e nordestino e não podia assumir, mas ela (Dona Madame Lucia) falou que quando eu comprasse seria o Severín", comenta.
Severín (variação francesa do nome), como passou a ser conhecido, manteve o tradicional La Chaumière com a proposta de carregar "a história da França que vem de avós, e de pai para filho, que tem 300 anos".
Para isso, o chef recomenda o clássico filé ao poivre (R$ 129), que "tem uma aceitação maravilhosa". Também pelo mesmo preço, ele recomenda um prato com o nome herdado, Severín, com filé e molho à base de manteiga, cebola, champignon, molho de queijo, pimenta do reino verde e rosa e batata souté.
Para harmonizar, a pedida é um vinho tinto da casa. Desde os franceses Carmenère e Cabernet, ao argentino Malbec, todos se adequam ao cardápio. Cardápio que, segundo o chef, deve se manter pequeno para fazer jus ao verdadeiro bistrô. "Em time que está ganhando não se mexe", brinca.
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