Até o dia 30 deste mês, a mostra coletiva O elogio da linha ocorre de terça a sábado, das 18h às 22h, e nos domingos e feriados das 12h às 20h, na Galeria Casa. Com entrada franca e curadoria de Carlos Silva, a exposição exibe obras de seis artistas brasilienses, entre eles o designer Viní Souza, a artista visual Vitória Barreiros e o gravurista Rafael Marques, que conversaram com o Divirta-se mais sobre a exibição.
Entre desenho, pintura e instalações, a mostra aborda a linha como ponto de partida na produção artística contemporânea brasiliense. Segundo o curador Carlos Silva, "a linha possibilita a criação de situações de imersão muito complexas e muito lúdicas, além de nos apresentar atributos figurativos, abstratos ou híbridos", explica Carlos, que também é professor de arte.
Ele conta que por conviver com a esfera artística brasiliense desde a década de 1980 conhece muitos artistas e produções, o que facilitou a escolha de obras para a exibição. Carlos ainda esclarece a importância da mostra para a arte brasiliense. "Ela (a mostra) a divulga, prioriza e comercializa, tornando a produção conhecida, colaborando com o esclarecimento de princípios poéticos a partir de um contato direto com a obra".
"Não é confortável fazer arte nos dias de hoje. Mostras como essa nos dão um ponto de apoio, a possibilidade de enxergar a nossa própria obra e de entender como o outro a enxerga", pontua o designer Viní Souza. Ele apresenta Bikegrafias, uma série de 18 desenhos que exploram os limites entre o desenho e a escrita utilizando a bicicleta como elemento central.
Para Vitória Barreiros, a linha se expressa na sua arte através de seus desenhos, onde "ora é protagonista na construção e ora não". A artista visual desenvolve a sua pesquisa poética a partir de observações da paisagem e dos deslocamentos dentro dela. Para a mostra, foi realizada uma seleção de suas obras, produzidas desde 2017.
O gravurista Rafael Marques, que apresenta a obra Violência contra rato tudo bem, reflete sobre a proposta final d'O elogio da linha. "Para mim, a exposição apresenta trabalhos em que a linha surge de diferentes perspectivas, no desenho, na pintura, no objeto. Quando se propõe essas obras em uma mesma exposição, o leitor/participador é convidado a confrontar os diferentes lugares dos quais a linha vem e, consequentemente, como esses, na perspectiva da produção contemporânea, conversam entre si no espaço", finaliza.
*Estagiária sob a supervisão de José Carlos Vieira