Crítica // Halloween ends ****
No reavivar de uma franquia iniciada em fins dos anos de 1970 como Halloween, o diretor David Gordon Green, que chega à terceira e derradeira parte da empreitada com o novo Halloween ends, não fez feio, à exceção de breves tropeços no recente Halloween kills (2021).
Para revitalizar o jogo de caça entre a persistente Laurie Strode (Jamie Lee Curtis, no papel de uma carreira) e o brutamontes Michael Myers, na mesma outrora pacata Haddonfield (Illinois), o diretor conta com acréscimo poderoso: a trajetória torta de Corey (Rohan Campbell), personagem dado como interesse romântico da neta de Laurie, a injustiçada Allyson (Andi Matichak).
Em dado ponto da trama — em que moradores de Haddonfield seguem discriminando Laurie —, a ex-babá que estrelou o filme de 1978 se diz cansada de apostar em "compaixão e misericórdia". Ela quer resultados práticos frente ao prolongado drama interno de eternamente fugir de Myers, ainda que tudo implique em carnificina. Há uma cena de extremada violência, dentro de uma cozinha, que desde já entra para a antologia do cinema de terror.
Há vivacidade no novo filme de David Gordon Green, que há cinco anos respondeu pelo sucesso do dramático O que te faz mais forte. Como debocha um personagem coadjuvante de Halloween ends, ver Laurie, lado a lado, com o traumatizado Corey é presenciar o encontro da "aberração" com o "psicopata".
O passado que acarretou um trauma no jovem Corey é revelado graficamente: servindo de cuidador ocasional de um menino, que fala dormindo e tem muito medo do escuro, Corey testemunha sumiços tanto do garoto quanto de uma afiada faca de cozinha. Nisso, estará implantado um trauma profundo no jovem que chega a ser tachado de pedófilo.
Enredo
Numa trama que investe em temas como suicídio e na sistematização de etapas de um "caminho sombrio" para um dos personagens centrais, o novo filme promove acertos ao não trazer comedimento nas imagens em que o bicho-papão Myers tem a identidade, abertamente, revelada.
Banhado de sangue, em diversas cenas, o traumatizado Corey integra um enredo ritualístico que se arrasta há mais de 40 anos nas telonas de cinema. Aturdido numa realidade em que é sufocado por uma mãe opressora, capaz de fazer lembrar a de Carrie, a estranha, Corey se torna símbolo de uma ilusória liberdade no filme em que a libertação, de verdade e palpável, chega para a sofrida Laurie. Inesquecível.
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