
Katy Perry entrou para o seleto grupo de celebridades que já deixaram a atmosfera terrestre, mesmo que brevemente.
A cantora embarcou em um voo suborbital promovido pela Blue Origin, empresa aeroespacial de Jeff Bezos, e voltou à Terra após cerca de 11 minutos de viagem — tempo suficiente para flutuar em gravidade zero, contemplar a curvatura do planeta e divulgar, com um toque cósmico, a setlist de sua nova turnê, The Lifetimes Tour.
A experiência, embora pareça exclusiva de superestrelas, está disponível para civis desde 2021, ano do primeiro voo tripulado da companhia. No entanto, o custo da aventura ainda está longe de ser acessível para a maioria.
O valor base de uma passagem gira em torno de US$ 150 mil (aproximadamente R$ 875 mil), de acordo com estimativas recentes. Em missões anteriores, como uma realizada em parceria com a MoonDAO, o preço por dois assentos chegou a US$ 2,5 milhões (R$ 6,8 milhões). Na ocasião inaugural, a Blue Origin chegou a leiloar um lugar por surpreendentes US$ 28 milhões — embora o comprador tenha desistido da jornada.
Katy Perry: Missão NS-31: voo feminino
A missão que levou Katy Perry ao espaço foi batizada de NS-31, sendo a 11ª missão tripulada da empresa. Com decolagem e aterrissagem no Launch Site One, em Corn Ranch, no Texas, o voo utilizou o foguete New Shepard e atingiu cerca de 100 km de altitude — ultrapassando a chamada Linha de Kármán, o limite convencional entre a Terra e o espaço. O destaque ficou por conta da tripulação: 100% feminina, ela foi composta por mulheres de diferentes áreas, como a jornalista Lauren Sánchez (noiva de Jeff Bezos), a apresentadora Gayle King, a ex-engenheira aeroespacial da NASA Aisha Bowe, a astrofísica Amanda Nguyen e a produtora Kerianne Flynn.
Durante a curta, mas intensa viagem, as participantes experimentaram cerca de quatro minutos em microgravidade. Do interior da cápsula, tiveram acesso a janelas panorâmicas de 1,8 metros de altura — uma estrutura pensada para maximizar a visão da Terra e proporcionar uma experiência imersiva e emocional.
Curiosamente, apesar dos altos custos associados ao turismo espacial, tudo indica que Katy Perry não desembolsou nada por sua presença no voo. Sua participação parece ter sido parte de uma ação simbólica da Blue Origin, que segue investindo em missões com viés inspirador e midiático para promover sua atuação no mercado emergente das viagens espaciais comerciais.
Com a popularização gradual desse tipo de experiência, a pergunta que fica é: o espaço será, um dia, acessível ao grande público ou permanecerá como território reservado a milionários, celebridades e missões especiais? Por ora, ainda é preciso ter muito mais que vontade para embarcar — é necessário estar, literalmente, nas alturas também em termos financeiros.