
Por Laís Seguin
O cantor e compositor Di Ferrero lançou oficialmente ontem, 7 de abril, seu mais novo EP, intitulado “7” — uma obra carregada de simbolismo, conceito e sensibilidade artística. Disponível em todas as plataformas digitais desde as 19h, o projeto propõe uma jornada sonora e visual que mergulha nos temas do autoconhecimento, ciclos da vida e introspecção.
A escolha do número sete — assim como o horário exato do lançamento, logo após o pôr do sol — não foi aleatória. “Representa o início da noite, a transição. Uma hora simbólica, de transformação”, explicou Di Ferrero, que idealizou o EP como um reflexo direto das mudanças internas pelas quais tem passado.
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Com produção assinada por Felipe Vassão e Bruno Genz, o EP traz três faixas inéditas: O Som da Desilusão, Além do Fim e Universo Paralelo. As canções, que se conectam tanto em sonoridade quanto em mensagem, foram construídas a partir de momentos de reflexão profunda do artista. “É o trabalho mais coeso e orgânico que lancei até agora. As músicas se completam”, afirmou Di.
Trilogia visual: uma narrativa expandida
Além das faixas, o projeto conta com uma trilogia visual filmada em plano-sequência, criando uma experiência audiovisual contínua e envolvente. Os clipes foram dirigidos por Bruno Bock (O Som da Desilusão) e César Ovalle (Além do Fim e Universo Paralelo), e contam com participações de nomes como Maurício Meirelles, Patrick Maia, Luccas Carlos, Day e Hodari.
A estética dos vídeos mistura elementos lúdicos, introspectivos e urbanos. “A ideia era não apenas ilustrar as músicas, mas criar um universo narrativo que desse continuidade ao EP”, explicou César. Em Além do Fim, por exemplo, o contraste entre o isolamento e a cidade ganha força nas imagens, captadas durante os instantes finais de luz natural. “Tivemos sete tentativas para filmar tudo antes do pôr do sol”, destacou o diretor.
Já Bruno Bock apostou em técnicas como fotogrametria e inteligência artificial aplicada de forma seletiva para criar uma atmosfera singular. “Foi um desafio unir tecnologia e emoção, mas o resultado fala por si”, disse.
Capa e conceito: um manifesto visual
A identidade visual do EP também é um ponto alto. A capa, criada sob direção de Bruno Zampoli, da agência cccaramelo, traduz visualmente o tom introspectivo do trabalho. Uma casa isolada no meio do deserto e o uso proposital de IA para emular texturas humanas criam o contraste entre o frio da tecnologia e a profundidade do sentimento. “Quisemos provocar uma sensação de isolamento que dialoga com o conteúdo lírico e emocional do disco”, contou Zampoli.
Três faixas, três estágios da alma
Na abertura, O Som da Desilusão explora a dor universal dos desencontros da vida. Com uma sonoridade que remete ao rádio e uma estrutura emocional em camadas, Di cita Ariano Suassuna para resumir sua intenção: “Tudo o que é ruim de passar é bom de contar.”
Em Além do Fim, o artista fala sobre seguir adiante sem negar o que já foi vivido. “É uma faixa leve, com groove e uma levada que joga para cima, mesmo falando de despedidas”, disse.
Encerrando o EP, Universo Paralelo navega pelos “E se?” da vida — aquelas perguntas que assombram e encantam em igual medida. A música, com forte presença rítmica e atmosfera dançante, tem inspiração no livro A Coragem de Não Agradar, lido por Di ao final do processo criativo. “Ela fala de possibilidades que nunca aconteceram, dos caminhos que não seguimos.”