Artes Visuais

Masp inaugura prédio com obras do Renoir que não eram expostas há 12 anos

A exposição 'Cinco ensaios sobre o Masp — Renoir’ abrirá em 28 de março, no quinto andar do Edifício Pietro Maria Bardi, o novo anexo do museu

 banhista e o cão griffon – Lise à beira do Sena, 1870 
Pierre-Auguste Renoir, Acervo MASP  -  (crédito: Foto: João Musa)
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banhista e o cão griffon – Lise à beira do Sena, 1870 Pierre-Auguste Renoir, Acervo MASP - (crédito: Foto: João Musa)

O Masp (Museu de Arte de São Paulo) anunciou a inauguração do Edifício Pietro Maria Bardi com uma exposição dedicada ao pintor francês Pierre-Auguste Renoir. Intitulada Cinco Ensaios sobre o MASP — Renoir, a exposição tem curadoria de Fernando Oliva e reunirá 12 obras do artista para esta mostra. As obras integram o acervo do museu paulistano, mas não eram exibidas desde 2002, quando foram apresentadas na exposição Renoir — O Pintor da vida.

A partir do dia 28 de março, visitantes de diversas partes do mundo terão a oportunidade de apreciar essas obras pessoalmente. Os ingressos podem ser adquiridos no site da instituição e estão disponíveis nos seguintes horários: terças-feiras com entrada gratuita, das 10h às 20h (com acesso até as 19h); quartas e quintas, das 10h às 18h (acesso até as 17h); sextas, das 10h às 21h (entrada gratuita das 18h às 20h30); e sábados e domingos, das 10h às 18h (acesso até as 17h); o museu permanece fechado às segundas-feiras.

A vasta coleção do Masp é um dos museus mais importantes do mundo. Localizado na Avenida Paulista, o icônico edifício projetado por Lina Bo Bardi conquistou a admiração dos apreciadores das artes visuais pela abordagem inovadora na exposição de grandes obras. Os cavaletes de cristal, elaborados por Júlia Godoy, revelam a parte traseira dos quadros, desafiando a concepção tradicional de apresentação dessas obras, que normalmente são exibidas de forma plana em paredes brancas em outras instituições. A interação entre as obras e o espaço expositivo, que utiliza materiais que evocam flexibilidade e movimento, convida os visitantes a uma experiência imersiva e reflexiva. Deste modo, a mostra não apenas homenageia a obra de Renoir, mas também reafirma o compromisso do MASP com a arte, o modernismo, a história e a inovação, solidificando sua posição como um centro cultural vital na cena artística brasileira.

Entre as obras em exibição, destaca-se Rosa e azul – As meninas Cahen d’Anvers (1881), que retrata as filhas de uma família judia do século 19. A história de Elisabeth e Alice, as meninas da pintura, traz uma camada emocional ao contexto da obra, especialmente no que se refere ao trágico destino de Elisabeth durante a Segunda Guerra. Essa conexão entre a arte e a história pessoal revela o impacto duradouro das obras de Renoir, que não são apenas representações visuais, mas também narrativas profundas que ressoam com o público contemporâneo.

A exposição também destaca a fase tardia de Renoir, que se caracteriza por uma paleta de cores suaves e uma técnica que desafia os contornos firmes, como pode ser visto em obras como Banhista enxugando a perna direita (c. 1910). Durante este período, o artista foi influenciado por mestres renascentistas, e seu trabalho refletiu um desejo de experimentar novas formas e cores. Além disso, a escultura Vênus vitoriosa (1916), criada em um momento de adversidade devido à artrite reumatoide, ilustra a perseverança e a adaptabilidade de Renoir como artista, mesmo diante de limitações físicas.

Correio Braziliense
postado em 21/03/2025 11:50