ALANIS NO BRASIL

Relembre a carreira de Alanis Morissette

Cantora volta ao Brasil após show em São Paulo em 2023

Relembre a carreira de Alanis Morissette -  (crédito: TMJBrazil)
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Relembre a carreira de Alanis Morissette - (crédito: TMJBrazil)

Aos 50 anos, Alanis Morissette se prepara para um momento inédito em sua trajetória: sua estreia no Lollapalooza Brasil. A cantora canadense, ícone do pop rock dos anos 90, será uma das atrações principais do sábado (29) do festival. No domingo, ela leva seu show para Curitiba, dando continuidade a uma nova passagem pelo país.

A conexão de Alanis com o Brasil já foi comprovada em novembro de 2023, quando lotou o Allianz Parque, em São Paulo, em sua maior apresentação solo por aqui. O espetáculo, que comemorou os 25 anos do lendário álbum “Jagged Little Pill”, foi marcado por uma onda de nostalgia e pelo carinho dos fãs, que cantaram cada verso de sucessos como “Ironic”, “You Oughta Know” e “Hand in My Pocket”.

De popstar adolescente ao ícone do rock

Antes de se tornar a voz inconfundível de uma geração, Alanis começou sua carreira ainda jovem, trilhando um caminho voltado ao pop dançante entre 1987 e 1992. Tudo mudou quando, aos 21 anos, lançou “Jagged Little Pill” (1995), disco que vendeu mais de 33 milhões de cópias e redefiniu o pop rock com suas letras confessionais e intensas.

Um dos detalhes curiosos sobre o início de sua trajetória roqueira foi a colaboração com grandes nomes do cenário. O single “You Oughta Know”, por exemplo, contou com Flea (Red Hot Chili Peppers) no baixo e Dave Navarro (Jane’s Addiction) na guitarra. Já em suas turnês, Alanis teve a parceria do baterista Taylor Hawkins, que mais tarde integrou o Foo Fighters e faleceu em 2022.

Músicas como diário emocional

Com uma abordagem visceral e transparente, Alanis sempre tratou a música como uma extensão de seus sentimentos. “Escrever uma canção para mim é como escrever em um diário. Quando lanço, ela passa a ser do público, com significados próprios para cada pessoa”, explicou em entrevista ao g1.

Ao longo dos anos, a relação da artista com sua obra se transformou. Se nos tempos de “Jagged Little Pill” ela associava a fama a um impacto negativo em sua saúde mental, hoje ela vê a música como um canal de expressão separado do peso da indústria. “Meu marido foi uma inspiração”, contou, referindo-se ao rapper Mario “Souleye” Treadway, com quem está casada desde 2010 e tem três filhos.

Revisitando os sucessos no palco

Mesmo após quase três décadas, as canções de Alanis continuam impactantes ao vivo. Ela garante que cada apresentação resgata a mesma carga emocional de quando escreveu as músicas. “Seja medo, arrependimento ou alegria, eu me permito reviver essas sensações no palco”, afirmou.

A estrutura dos shows mantém a crueza do material original, com arranjos fiéis às versões de estúdio. Curiosamente, algumas das faixas icônicas do disco foram criadas de forma espontânea: “Hand in My Pocket” e “Perfect” foram compostas em pouco mais de uma hora.

O impacto cultural de Alanis Morissette

Além do legado musical, Alanis ajudou a consolidar expressões no vocabulário popular. Em “Head Over Feet”, ela popularizou o termo “friends with benefits” (amizade colorida). Já “Ironic” se tornou tema de debates linguísticos, uma vez que sua letra não contém ironias no sentido literal. “É irônico que essa seja a música pela qual sou mais conhecida”, brincou.

Nos anos 90, a artista foi rotulada como um símbolo da “raiva feminina”, algo que, para ela, foi tanto um rótulo limitador quanto um reconhecimento. “A raiva é uma emoção linda. Pode ser um combustível para mudanças e uma forma de expressar limites”, refletiu.

Além da música, Alanis tem investido em outras áreas criativas. No podcast “Conversation with Alanis Morissette”, ela conduz entrevistas profundas sobre psicologia, espiritualidade e desenvolvimento pessoal, sempre com uma abordagem reflexiva e acolhedora.

Lollapalooza 2024: o que esperar?

Se a performance intensa do Allianz Parque em 2023 for um indicativo, a estreia de Alanis no Lollapalooza Brasil promete ser memorável. Conhecida por sua presença de palco inquieta, ela percorre cada centímetro do palco com energia, enquanto entrega vocais que seguem impecáveis.

O setlist deve incluir todos os clássicos de “Jagged Little Pill”, além de faixas de seu disco mais recente, “Such Pretty Forks in the Road” (2020). Com uma estética simples, sem grandes produções visuais, o destaque será, como sempre, sua voz e conexão com o público.

TMJ
TM
postado em 19/03/2025 09:02 / atualizado em 19/03/2025 09:37