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CCBB recebe 6º Festival Internacional do Cinema Fantástico de Brasília

Além de 42 produções, a mostra, que tem entrada franca, trará mesas de debates, como Literatura fantástica e o cinema (dia 23, às 16h) e uma conversa com Leo Bello (cineasta do DF)

Salomé: encontro e desencontro do amor e do desejo -  (crédito: Dora Amorim, Júlia Machado e Thaís Vidal/Divulgação)
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Salomé: encontro e desencontro do amor e do desejo - (crédito: Dora Amorim, Júlia Machado e Thaís Vidal/Divulgação)

Um premiado filme nacional de fins dos anos de 1960 dá a dimensão da inventividade (e permanência) dos títulos programados para o 6º FIC Fantástico, no CCBB. Brasil ano 2000 (atração das 19h de hoje), censurado no passado, traz detalhes numa sobrevivência após a eclosão da Terceira Guerra Mundial.

"Receber o Walter Lima Jr., homenageado desta edição e diretor do filme, será grande honra. O tipo de cinema que mostramos desafia fronteiras entre arte e entretenimento, promovendo uma experiência sensorial única que engaja, e reflete questões sociais e culturais", aponta Rodrigo Campos, um dos curadores da mostra idealizada por Josiane Osório e que ainda vai privilegiar filmes recentes e apartados de uma distribuição regular no Brasil.

O horror também está contemplado na mostra estendida até dia 23, e que abraça a produção do Sul Global, com ampliação de visibilidade propiciada pela consultora internacional Mônica Trigo. "O cinema fantástico emergente na América Latina tem ganhado destaque, especialmente no Brasil, na Argentina, na Colômbia, no México e no Uruguai, com produções de alta qualidade que criaram espaços dentro das plataformas internacionais. O gênero, que subverte as leis do mundo real, vem sendo cultivado em uma ampla gama de filmes que fogem das definições fixas, explorando o irracional e o estranho", pontua Rodrigo Campos. Entre outros, ele destaca o pernambucano Salomé, vencedor do último Festival de Brasília do Cinema Brasileiro.

Além de 42 produções, a mostra, que tem entrada franca, trará mesas de debates, como Literatura fantástica e o cinema (dia 23, às 16h) e uma conversa com Leo Bello (cineasta do DF, à frente de Cartório das almas), quinta-feira, às 19h30.

"Do DF, seis produções integram esta edição, evidenciando a diversidade e a inovação no cenário local. Teremos, por exemplo, filmes da Grécia, Georgia e Uruguai. Do Irã, vem a animação À sombra do cipreste (vencedora do Oscar, criada por Hossein Molayemi e Shirin Sohani), a trama gira em torno da evolução sentimental, psicológica e espiritual do protagonista, em que o medo da dor é mostrado como um gatilho natural para o seu pessimismo existencial", conclui o curador.

6º FIC Fantástico

Até domingo, no CCBB. De hoje a sexta, programação em blocos, das 14h às 20h. sábado, a partir das 10h30 e, no domingo, das 11h30 às 17h. Ingressos distribuídos com 24 horas de antecedência.

Ricardo Daehn
postado em 18/03/2025 06:00