
A Universal Music Brasil disponibiliza um disco raro de Gal Costa nas plataformas de streaming. Com o intuito de facilitar o acesso a importantes obras da vocalista, morta em novembro de 2022, a gravadora decidiu lançar digitalmente um álbum que, até então, era restrito a colecionadores de LPs, proporcionando às novas gerações a oportunidade de explorar o legado de Gal.
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O Compacto de 72 inclui no repertório a canção A morte, de seu amigo Gilberto Gil, com quem Gal se apresentou até 1973 no show Gal Costa e Gilberto Gil. O disco também apresenta Vale quanto pesa, de Luiz Melodia, compositor que ela acabara de lançar, com a inclusão de Pérola negra no show Fatal, além de uma regravação de O dengo que a nega tem, uma canção do início da carreira de Dorival Caymmi, que é apresentada em uma versão livre, repleta de improvisos, totalizando sete minutos e vinte segundos, em sintonia com o espírito psicodélico da época.
Em entrevista ao Correio, Matheus Marques, 23 anos, um dos administradores da página @galtodas no Instagram, compartilha sua primeira experiência com a cantora e como a paixão pela baiana sempre fez parte de sua vida. “Meu primeiro contato com a música dela remonta à infância. Lembro de ouvi-la no rádio e em trilhas sonoras de novelas, mas a canção que realmente me marcou foi Vapor Barato, uma obra atemporal”, conta. Ele enfatiza a imponência da voz da cantora e a marca que ela deixou em sua vida: “Sua voz me atravessou de um jeito único e, naquele instante, fiquei completamente encantado com aquele canto límpido e, ao mesmo tempo, rasgado”.
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Ricardo Oliveira, 27, jornalista e administrador da página @minhagalminhavida — referente ao álbum Minha Voz —, também expressa seu amor e obsessão por Gal em entrevista: “A Gal na minha vida é como uma amiga. Sempre digo que ela está em um patamar que orienta tudo o que sinto. Minhas emoções e sentimentos sempre estão presentes nas músicas dela. Gal é a trilha sonora da minha vida”.
Marques acredita que resgatar esses trabalhos para o meio digital é uma forma de preservar a memória e permitir que novas gerações conheçam Gal de maneira mais acessível. “Eu mesmo já passei incontáveis horas buscando registros raros de seus shows, e sei o quanto pode ser difícil encontrá-los. Nem todos terão essa paciência, mas, se o conteúdo estiver disponível, até um ouvinte despretensioso pode se tornar um grande admirador”, afirma.
Assim como Marques, Oliveira compartilha sua animação ao saber da notícia de que um trabalho de Gal voltaria ao universo on-line após 53 anos. “Fiquei muito feliz, de verdade. Os fãs merecem isso, e Gal, principalmente. Gal merece ser lembrada sempre”, expressa com entusiasmo. Ele também revela sua curiosidade sobre as músicas e os compositores: “Cada uma é mais linda que a outra. Para mim, a mais bela é Vale quanto pesa, de Luiz Melodia”, ressalta.
*Estagiário sob a supervisão de Nahima Maciel
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