
Uma das mais expressivas intérpretes da MPB volta a brilhar. Ao lançar 50 (Ao vivo), Simone Betencourt de Oliveira, ou simplesmente Simone, tem recebido críticas elogiosas para o álbum comemorativo de cinco décadas de carreira, que a gravadora Biscoito Fino disponibilizou, recentemente, nas plataformas digitais.
Cantora de 75 anos que mantém contato direto com o público, ao realizar, regularmente, apresentações pelo país e também por cidades do exterior, essa baiana de Salvador, ex-jogadora de basquete, já iniciou nova turnê, com show em São Paulo.
O registro do disco, com produção de Marcus Preto, foi feito em 25 de maio de 2024, na casa de espetáculos Vivo Rio, no Rio de Janeiro, e apresenta 20 faixas com canções de sucesso e clássicos que permearam o legado de Simone. Na gravação, ela teve a companhia da banda formada por Felipe Coimbra (guitarra), Fábio Sá (baixo), Chico Lira (teclados), Vitor Cabral (bateria), André Siqueira (percussão).
No repertório de 20 canções, aberto por Tô que tô (Kleiton e Kledir), foram reunidos, basicamente, sucessos lançados pela cantora em projetos anteriores, entre as quais O que será (Chico Buarque), Jura secreta (Sueli Costa e Abel Silva), Começar de novo (Ivan Lins e Vitor Martins), Ex-amor (Martinho da Vila), De frente pro crime (João Bosco e Aldir Blanc), O amanhã (Didi e João Ségio). Simone divide com Zélia Duncan a interpretação de Ex-amor (Martinho da Vila) e Yolanda, versão de Chico Buarque para composição do cubano Pablo Milanés.
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Entrevista// Simone
Que avaliação faz dos 50 anos de carreira?
Sinto-me vitoriosa. Acredito que essa marca na carreira e na vida revelam que coleciono mais acertos do que erros, que tive muita disciplina, disposição e gratidão a todos que estiveram comigo. Nada se faz sozinho, sempre é uma equipe.
Guarda que tipo de recordação da participação no Projeto Pixinguinha, de 1979, em que teve a companhia da pianista e compositora Sueli Costa, apresentado inclusive em Brasília?
Que privilégio! Sueli é tão importante na minha vida. Eu guardo as melhores memórias, ela estava grávida, foi emoção à flor da pele. Uma compositora incrível.
Entre os discos que lançou tem preferência por quais e por quê?
Impossível dizer! (risos) Cabe ao público escolher seus favoritos.
Utilizou qual o critério para definir o repertório do álbum?
O foco foi selecionar canções lançadas, primeiramente, em minha voz, passando por essas cinco décadas de carreira. A exceção é Divina comédia humana, que Belchior escreveu para mim. Não consegui gravar na época, mas Marcus Preto a trouxe de volta e decidimos incluir. Tudo tem sua hora.
Quando e onde o álbum foi gravado?
O álbum foi gravado no show que apresentei no Vivo Rio, no Rio de Janeiro, em maio de 2023. O repertório é o do show da turnê Tô Voltando, que escolhi com Marcus Preto.
Vai haver show para lançar o documentário?
Minha nova turnê estreia em São Paulo, dia 22 de março. Estarei de volta ao Tokio Marine Hall com um novo repertório. Mais datas em breve! Espero todos lá.
A cantora em Brasília
Simone esteve em Brasília apenas duas vezes ao longo da carreira. Em todas as oportunidades teve ótima acolhida do público. A primeira foi em 1979, quando, ao lado da pianista e compositora Sueli Costa, se apresentou na Piscina Coberta (Hoje Ginásio Cláudio Coutinho), pelo Projeto Pixinguinha. Sob aplausos calorosos da plateia, elas interpretaram belas canções como Águas de março (Tom Jobim), Pão e poesia (Moraes Moreira e Fausto Nilo), Tô que tô (Kleiton e Kledir) e um pot pourri do legado de Elis Regina. De volta a Brasília em 2007, a Cigarra (apelido dado pelo amigo Milton Nascimento, dividiu o palco do auditório master do Centro de Convenções Ulysses Guimarães com Zélia Duncan no show Amigo é casa, no qual interpretaram músicas dos respectivos repertórios.
50 (Ao Vivo)
Álbum com 20 faixas, lançamento da Biscoito Fino, disponível nas plataformas
Repertório
1) Tô que tô
2) O que será (À flor da terra)
3) Sangrando
4) Começar de novo
5) Cigarra
6) Jura secreta
7) Divina comédia humana
8) Sangue e pudins
9) Sob medida
10) Alma
11) Depois das dez
12) Um desejo só não basta
13) Separação
14) Encontros e despedidas
15) Boca em brasa (com Zélia Duncan)
16) Iolanda (Yolanda) (com Zélia Duncan)
17) Ex-amor (com Zélia Duncan)
18) Desesperar jamais
19) Tô voltando
20) O amanhã