
Crítico de cinema e um dos editores da famosa Variety, publicação especializada na cobertura de festivais internacionais e nas premiações organizadas nos Estados Unidos, como o Oscar, Peter Debruge falou em entrevista exclusiva ao Correio sobre as possibilidades de o cinema brasileiro fazer uma grande festa no próximo domingo, durante a entrega do Oscar de 2025. "Há muitas pessoas dentro da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas (votantes do Oscar) que estão à procura de celebrar o talento internacional na categoria das atrizes, e acho que a Fernanda Torres (a protagonista de Ainda estou aqui) vai se beneficiar da ideia de que Karla Sofía Gascón (do concorrente direto do Brasil Emilia Pérez) teve a corrida pelo Oscar abandonada", dimensiona. De certo modo, ele tem respaldo em outros veículos estrangeiros, como The Guardian e The New York Times.
Para a festa de domingo, nos palpites do norte-americano, o Brasil tem reais perspectivas de sair com o prêmio de melhor filme internacional. "A entidade levou a mudanças que incrementaram o número de indicados internacionais. Vem daí, a demonstração de melhor gosto da Academia, à medida que expandem o número de membros estrangeiros. Hoje, estão menos focados no tipo de cinema tradicional americano, de estúdio, e realmente parecem refletir como mais adeptos do que eu chamaria de cinema de autores", confirmou.
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E qual seria a aposta para melhor filme? "Sinto que seja um ano estranho, diante das escolhas. Provavelmente a comédia Anora vencerá. É o filme que ganhou a Palma de Ouro em Cannes. Mas não me lembro de um ano em que tivéssemos tão embaralhados. Qualquer coisa pode surgir. Ficaria surpreso se o melhor filme fosse Ainda estou aqui. Mas fiquei surpreso por ele estar indicado indicado nesta categoria. Isto mostra que há um claro e enorme suporte para o filme de Walter Salles", avalia o crítico noirte-americano.