
Em 2012, Maria Verônica viveu uma situação inusitada na televisão: forjou uma gravidez de quadrigêmeos falsa em diversos programas. Na época, recebeu até ajuda do apresentador Gugu. A farsa da Grávida foi descoberta e ela desapareceu por 13 anos, retornando recentemente as redes sociais para comentar sobre a conversão ao cristianismo.
Neste domingo (23/2), Maria Verônica participou de uma entrevista com Celso Portiolli para o programa Domingo Legal (SBT), na qual relembrou alguns detalhes da famigerada situação. "Eu não espero que elas acreditem em mim, mas eu espero que elas ouçam aquilo que eu vim para falar", comentou.
Ao relembrar da mentira repercutida nacionalmente, Maria Verônica contestou: "Eu nunca disse a ninguém que eu era uma coitadinha. Perdi a vida, vamos dizer assim. Eu vivi 13 anos no meu silêncio".
Um dos relatos mais polêmico de Maria Verônica na entrevista foi o de que fazia parte de uma seita demoníaca na época da mentira: "A seita cultuava ao demônio. Eu me sentia bem. Eu gostava de conversar com ele. Eu não tinha medo. Eu conversava direto com os demônios", contou.
Segundo a mulher, foi a família do companheiro que a apresentou à seita. “Ali, eu conheci, gostei e fui muito bem acolhida. Decidi fazer parte dela. Vi muitas coisas lá. Primeiro, um acolhimento. Aquilo que eu não tinha na minha casa. Depois fui entendendo que não era o que eu esperava que fosse. (...) Minha família só soube quando minha irmã me tirou da seita".
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Na história contada por Maria Verônica, ela faria parte da seita desde 2005. Foi em 2011 que em um encontro espiritual, teria sido pedido que os participantes desejassem coisas que seriam realizadas. “Todo mundo fez o pedido e entregou. A pessoa que estava lá conversando como se fosse o demônio pegou o papel, dobrou, molhou e engoliu. E disse que o meu ele iria realizar. Eu achava que eles seriam capazes de reverter a vasectomia do meu marido e que algo ia acontecer ali", narrou a Portiolli.
Passados 15 dias, a Grávida afirma que foi chamada para um ritual: “Nesse ritual, eles fizeram o que precisava ser feito e eu sempre tive no coração que dali em diante nasceu a Grávida de Taubaté. Naquela hora, eu acreditei que aquilo ia acontecer.” Tempos depois, Maria explica ter entendido que teve uma gravidez psicológica.
“A barriga cresceu no início, um mês depois do ritual. Fiz o teste de farmácia e o primeiro deu positivo. Fiquei super feliz, achei que fosse um milagre e a barriga cresceu. Percebi que ela parou de crescer e aí eu já tinha noção que algo poderia não estar certo, mas acreditava que aquilo ia acontecer. Algumas pessoas que nos rodeavam chamavam a imprensa. Não soube até hoje qual a intenção da seita, mas não saiu só de lá. Eu sabia que a barriga tinha que aparecer porque foi dito para a imprensa que eu estava grávida. Dentro da barriga, além de panos, tinham dois trabalhos que precisavam ficar lá", disse.
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Descrita por Maria Verônica como “uma ação do demônio permitida pelo ritual”, Maria assumiu total culpa por ter deixado a situação ocorrer. “Não foi pensado para gerar uma comoção nacional. Quadrigêmeos não sei o porquê. Eu sempre era orientada que eu levava comigo quatro demônios".
Ao ser desmascarada, Maria Verônica expôs que deixou a seita, e que é eternamente grata a Chris Flores e espera a encontrar em breve. Maria relembra que se exilou em casa após a confusão e encontrou um sacerdote que proferiu uma oração de renúncia ao que o demônio teria feito em sua vida. Ela conta ainda que, tempos depois, reencontrou o marido e recomeçaram a relação, e a escola que havia recebido a seita foi fechada: "Queria estar aqui para mostrar para as pessoas que, além daquilo que elas viram na mídia, tinha um pouco mais. Eu tive a gravidez psicológica, mas o agir do demônio ali existiu."
Maria Verônica destacou que teria sido orientada a não comentar sobre o relato abertamente porque haveriam consequências, mas deseja falar que é possível ascender da mentira. "Nunca mais tive contato com eles”, alegou.
Maria se diz preparada para enfrentar a repercussão da declaração: "Me preparei durante 13 anos. As armas que eu luto, talvez as pessoas não conhecem ainda." Ela ainda pediu desculpas às pessoas pela situação passada enquanto chorava.