Música

Rogério Caetano e Henrique Cazes lançam disco em homenagem a Waldir Azevedo

'Eterna melodia' reúne 12 faixas com os grandes clássicos de Waldir Azevedo, mas também com músicas menos conhecidas

Créditos: Reprodução/Internet. Violonista Rogério Caetano -  (crédito: Reprodução/Internet)
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Créditos: Reprodução/Internet. Violonista Rogério Caetano - (crédito: Reprodução/Internet)

Waldir Azevedo é eterno e foi exatamente isso que juntou Rogério Caetano (violão de 7 cordas) e Henrique Cazes (cavaquinho) em um disco cheio de delicadezas e virtuosismos. O repertório escolhido pela dupla para Eterna melodia reúne clássicos, mas também músicas menos conhecidas do compositor. “Tem músicas dele muito boas que não são tão conhecidas, como Choro novo em dó, Chorinho antigo, Quitandinha, Paulistinha, Atrevido. É um disco que contempla a obra dele”, avisa Caetano.

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Além de Brasileirinho e Carioquinha, bem conhecidos o público, a dupla gravou também Paulistinha, composta para não deixar os paulistas de fora, mas que não fez tanto sucesso. “No primeiro, disco Waldir gravou Brasileirinho e Carioquinha, que pegou carona no sucesso de Brasileirinho. Mas Paulistinha não fez sucesso”, conta Cazes. Eterna melodia, que dá nome ao disco, também é uma música pouco executada do compositor. A faixa tem influência direta do choro, que começou a repercutir nas composições de Waldir quando se mudou para Brasília, em 1971, e passou a ter contato com chorões como Hamilton Costa, parceiro nessa música. Waldir Azevedo morou em Brasília até 1980 e participou muito da vida musical da cidade.   

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A cumplicidade entre Cazes e Caetano marca todas as faixas do disco, gravado em 2023 mas lançado nas plataformas apenas este ano. “Eu e Rogério somos amigos e compartilhamos essa paixão pela obra do Waldir”, conta Cazes. “E esse disco coroa esse entendimento que a gente tem de tocar, um já sabe o que o outro vai fazer, e se não sabe, não se afoba. A gente vai improvisando. É uma aventura que precisa ser feita entre pessoas que se conhecem muito e têm a facilidade de dialogar musicalmente.”

Caetano tem Waldir como ídolo desde os 6 anos de idade, quando ganhou do pai um cavaquinho e preparou um repertório com clássicos como Brasileirinho e Carioquinha. “Eu tinha um repertoriozinho principalmente com músicas do Waldir, com os clássicos. Foram meus primeiros passos na música. Fazer essa homenagem me deixa muito feliz porque é uma forma de agradecer”, diz o músico, que depois se especializou em violão de 7 cordas. 

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O projeto nasceu da vontade de homenagear o compositor no ano de seu centenário de nascimento, completado em 27 de janeiro de 2023, mas como os dois músicos também estavam concentrados em outros projetos, eles não conseguiram lançar o disco na época. “Waldir é o músico que fez o maior sucesso na música instrumental brasileira, deixou músicas que estão há 70 anos sendo tocadas, e havia uma expectativa que, no centenário, essas homenagens e tributos se multiplicassem, mas aconteceu muito pouquinho”, lamenta Cazes. “Então, quando o ano já ia mais para o fim, decidimos fazer alguma coisa, porque esse assunto não podia morrer. E resolvemos gravar o disco ao vivo, que sai agora no aniversário de 102 anos.”

Nahima Maciel
postado em 14/02/2025 11:46