Oscar

Votação do Oscar será encerrada no dia 18 de fevereiro; saiba como funciona

Filmes finalizados em período posterior a 1º de novembro de 2023 disputaram posto no universo de indicações que contempla 23 categorias

Ainda estou aqui, de Walter Salles -  (crédito:  Sony Pictures)
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Ainda estou aqui, de Walter Salles - (crédito: Sony Pictures)

Na mão de quase 10 mil votantes da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas, o destino do filme nacional Ainda estou aqui estará selado até 18 de fevereiro, data em que se encerram as votações do Oscar. Há muitos trâmites, até o anúncio dos vencedores em 2 de março. Entre os votantes — num corpo de jurados montado por profissionais do mundo inteiro, em áreas diversificadas da indústria cinematográfica —, estão apenas 60 profissionais do Brasil, cerca de 0,6% dos votantes. Na lista, há integrantes da equipe de Ainda estou aqui, como o diretor Walter Salles e a atriz brasiliense Maeve Jinkings, além de um dos produtores da fita, Rodrigo Teixeira e a atriz Fernanda Montenegro (indicada, há 26 anos, por Central do Brasil).

Filmes finalizados em período posterior a 1º de novembro de 2023 disputaram posto no universo de indicações que contempla 23 categorias, entre as quais melhor filme, melhor filme internacional e melhor atriz (posições nas quais , em 2025, o Brasil disputa). Determinada por membros da Academia Brasileira de Cinema, a vaga do filme de Salles disputou com os títulos Levante, Cidade campo, Sem coração, Motel destino e Saudade fez morada aqui dentro a vaga única do Brasil, anunciada em 23 de setembro de 2024.

Em processo auditado pela PricewaterhouseCoopers (PwC), a votação da categoria melhor filme internacional é diversificada e traz etapa prévia, tal qual outras nove categorias com etapas preliminares, a exemplo de melhores efeitos visuais, melhores animações e melhores documentários. Todos os votantes podem ver os filmes considerados elegíveis (um de cada país), com obrigatoriedade de um mínimo de aproveitamento do universo que costuma contemplar mais de 90 países. Num primeiro momento, há afunilamento para cerca de 15 filmes do mundo inteiro. Para avançar na escolha, e chegar-se à lista de cinco títulos finalistas é obrigatória a comprovação de que os 15 filmes anteriores foram vistos.

Para a formulação da lista divulgada em 23 de janeiro, as indicações foram compostas a partir do olhar de técnicos em cada categoria. Para a categoria de pré-eleição dos melhores filmes, todos eleitores da Academia tinham à disposição infindável lista com filmes às centenas. Na disputa de títulos internacionais, filmes com mais de 40 minutos e predominantemente falados em língua diferente de inglês foram considerados. No ranking de apostas, a respeitada revista Variety dá a vitória virtual para Ainda estou aqui. Para a segunda e (e definitiva) votação, todos os membros da Academia, em escrutínio on-line, indicam os escolhidos em todas as categorias. A Academia se arroga ao direto de fazer cópia com fins de impulsionar a votação, além de disponibilizar (via internet) os títulos em disputa.

Um dos cuidados da Academia, nos últimos 10 anos, foi o de incrementar em cerca de 65% por cento do quadro de votantes os aspectos de representatividade e inclusão. No corpo final de votantes, a quantidade de atores é predominante. Para pertencer à casta do Oscar, o novo integrante chega por meio de convite ou a partir da recomendação de dois colegas. Para a eleição do melhor filme, o clima de oportunidades tem favorecido a busca de padrões equitativos e o endosso de temas e narrativas ampliadas. Mulheres, orientais, povos indígenas, hispânicos, latinos, assumidos partidários da frente LGBT e grupos étnicos sub-representados têm sido valorizados, numa pretendida mudança de perspectivas.

Entre os brasileiros, Fernando Meirelles, a brasiliense Maria Augusta Ramos, o diretor Jorge Bodansky (formado pela UnB), os cineastas José Padilha, Kleber Mendonça Filho e Petra Costa, e os astros Rodrigo Santoro, Sônia Braga, Wagner Moura e Alice Braga, se juntam aos veteranos Bruno Barreto e Cacá Diegues nas votações.

Ricardo Daehn
postado em 13/02/2025 06:00