PERFIL

Quem é Oruam, trapper que inspirou projeto de lei protocolado na Câmara

Lei ‘anti-Oruam’ quer proibir uso de dinheiro público para shows que fazem apologia ao crime organizado. Filho do traficante Marcinho VP, artista já homenageou pai em apresentações

Mauro Davi do Santos Nepomuceno, mais conhecido como Oruam, tem mais de 13 milhões de ouvintes mensais no Spotify -  (crédito: Reprodução/Instagram)
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Mauro Davi do Santos Nepomuceno, mais conhecido como Oruam, tem mais de 13 milhões de ouvintes mensais no Spotify - (crédito: Reprodução/Instagram)

O nome Oruam está em alta devido à protocolação do projeto de Lei “anti-Oruam, assinado por 46 deputados e levado ao Congresso Nacional por Kim Kataguiri (União Brasil-SP). O objetivo da proposta, anteriormente apresentada na Câmara Municipal de São Paulo pela vereadora Amanda Vettorazzo (União), é proibir apoio, patrocínio e divulgação de shows, artistas ou eventos voltados ao público infantojuvenil que envolvam “expressão de apologia ao crime organizado ou ao uso de drogas”. 

Mauro Davi do Santos Nepomuceno, mais conhecido pela alcunha artística de Orum, que brinca com as letras do primeiro nome, é dono de uma das vozes que cantaOh garota eu quero você só pra mim, música que se encontra em segundo lugar na parada brasileira do Spotify, nesta terça-feira (11/2). 

O trapper não é citado oficialmente no projeto de lei, mas Vettorazzo — que prestou queixa contra o artista em janeiro após sofrer ameaças de fãs dele criou um site para divulgar a proposta cujo endereço é leiantioruam.com.  

Nascido no Rio de Janeiro em 2001, Oruam tem 23 anos e é filho de Marcinho VP, traficante apontado como líder da facção criminosa Comando Vermelho. O rapper ganhou destaque ao participar de Poesia acústica 13 em 2022, ano em que assinou com uma gravadora.  

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Com mais de 8 milhões de seguidores no Instagram, o artista é um dos mais promissores nomes do trap na atualidade. Nos gêneros funk, R&B e rap, ele canta músicas sobre temas como ostentação, sexo e as origens, no Morro do Alemão. 

Em março do ano passado, se apresentou em um dos principais festivais de música do país, o Lollapalooza, onde causou polêmica por trajar uma camisa com o rosto do pai, preso desde 1996 e condenado a 44 anos de prisão. 

Depois do episódio e de defender a também polêmica PEC das praias ao lado de Neymar, Oruam teve apresentação em outro festival, o Weeho, cancelada — o que fez com que ele pedisse, nas redes sociais, que os fãs atacassem o perfil do evento. Ele fez o mesmo com a vereadora Amanda Vettorazzo, que sofreu ameaças de entusiastas do artista após a proposição da lei. 

Oruam acumula mais de 13 milhões de ouvintes mensais no Spotify, que o coloca como um dos artistas brasileiros mais ouvidos na plataforma. 

Correio Braziliense
postado em 11/02/2025 18:23