Gerente da Team Liquid fala sobre performance no Six invitational 2025
Com cinco times brasileiros abrindo o Invitation 2025, a Team Liquid acabou sendo eliminada, e agora o campeonato tem 2 brasileiros na chave principal e 1 na repescagem
André "Sensi" Kaneyasu fala sobre o desempenho da equipe durante o maior campeonato de R6 do mundo. - (crédito: Reprodução/Instagram)
O Brasil domina a modalidade de Rainbow Six Siege no mundo dos E-sports, com os jogadores dominando o cenário internacional. Em 2024, o principal evento de R6 aconteceu no Brasil, o Six Invitation, esse que teve como palco o Ginásio do Ibirapuera em São Paulo. Lá, a final teve dois dos maiores times da categoria disputando o prêmio, e ambos eram brasileiros, a FaZe Clan e w7m, a última que saiu numa virada histórica e venceu o campeonato em casa.
Agora em 2025, o Six Invitation retorna com uma nova edição, desta vez em Boston nos EUA e com 5 times tupiniquins entre os principais classificados. FaZe Clan, FURIA, Razah Company, Team Liquid e a campeã, w7m. Com a pressão e a correria, os brasileiros tentam avançar entre os times estrangeiros para levantar a marreta.
André “Sensi” Kaneyasu, o Manager da Team Liquid, falou exclusivamente com o Correio sobre a empolgação e a vontade de entregar para os fãs a tão sonhada vitória, além de contar um pouco de sua trajetória, saindo de treinador do time para principal figura por trás dos bastidores.
Boston Esse ano em Boston, o Six Invitational traz as melhores equipes de Rainbow Six Siege para disputar a marreta.
(foto: Reprodução/Ubisoft)
Atualmente, Sensi está acompanhando o time da Liquid no campeonato em Boston, e diz que tinha expectativas bem positivas sobre o desempenho da equipe “Olha, a gente veio para cá com a expectativa bem alta, tá? Não vou mentir. Os treinos foram um dos melhores que a gente queria ter”. Sensi ainda disse que esse ano o time não fez o Bootcamp — Um treino intensivo onde os jogadores se isolam do mundo exterior, viajando até para outro país, para focar só no jogo — E preferiu treinar daqui do Brasil: “ Vamos ficar no Brasil, vamos ficar no Facility — Quartel General do time — e vamos focar 100% no jogo para ver o que a gente pode fazer sem precisar se preocupar com fatores externos. Vamos entrar num regime de bootcamp, só que aqui no Brasil mesmo. E foi um dos melhores, uma das melhores preparações que a gente teve. Cara, os treinos foram excepcionais, todo mundo que a gente treina contra, fala que a gente tá muito bem”.
No dia, o time já contava com duas derrotas e uma vitória no campeonato, e mesmo assim a Liquid se manteve firme durante a primeira fase e Sensi disse estar esperançoso com o que o Six Invitational reserva para eles, mas que se mantém consciente da realidade da Team Liquid: “Vou te dizer, cara, a expectativa, a gente ainda tem uma expectativa boa porque o time treinou bem, só que a gente precisa ter o pé no chão, né? E tentar entender o porquê que estamos perdendo esses últimos jogos. Porque a gente tá treinando aqui também {…} A gente tá tentando converter esses resultados de treino pro campeonato, né? Então, o que acaba ficando subentendido é o mental no jogo mesmo, é a pressão, o medo de perder. A expectativa é que, cara, seja um campeonato bom, a gente torce sempre para dar certo {…} Mas é vida de competição e tá difícil. Assim, ó, a galera, nossos fãs, né, eles cobram bastante, e eu acho que eles estão corretos”.
Dificuldades
A Liquid mesmo unida não conseguiu pontos o suficiente para avançar no Inivitational.
(foto: Reprodução/Instagram)
Após sair de Montreal, passar por São Paulo e agora aportar em Boston, o mundial de Rainbow Six levantou a hipótese da dificuldade de adaptação dos brasileiros com o ambiente de outro país: “A alimentação, jet lag, hospedagem, às vezes a cama é desconfortável, o travesseiro é desconfortável, às vezes o computador também não é o ideal. Então, esses fatores externos acabam dificultando ou sendo uma pedra no caminho. Só que é algo que a gente fala para todos os jogadores. Se tá ruim para você, tá ruim para todo mundo. Então, tá todo mundo no mesmo ambiente, tá todo mundo comendo a mesma comida, Todo mundo jogando no mesmo computador. É aquele que souber se adaptar mais rápido, né? Aquele que conseguir se sobressair de forma mais rápida {…} depende muito dos times, de como os times estão desenvolvendo na região, nas suas próprias regiões, nos Estados Unidos, na Europa, no Brasil, na Ásia”.
A entrevista foi logo após a derrota do time para a G2 Esports e durante o “dia de folga” da Liquid no Six Invitational, onde ela não enfrentaria ninguém. Apesar dos constantes treinos, Sensi disse que não enxerga a mesma performance nas partidas oficiais: “Confio muito no time. É, é que nem eu disse, para mim… Eu me entristeço muito em ver os resultados que a gente vem tendo nas partidas oficiais, vendo como nós estamos desenvolvendo nos treinos. Porque durante o treino, a gente tá treinando com time do Tier 1 – Os melhores profissionais da modalidade — com times que estão aqui no campeonato, entendeu? E no treino as coisas desenrolam muito mais fluido. Só que chega na partida oficial, algo sai dos trilhos e é muito difícil de você recuperar a tempo”.
Sensi ainda destacou uma das figuras centrais do time, conhecido como André Oliveira, o “nesk”, é um dos melhores jogadores na modalidade e como é benéfico para a Liquid sua presença no line up: “Tenho muita esperança, assim, eu tenho muita confiança no time também. Se você for olhar de forma individual, temos um dos melhores jogadores que do mercado brasileiro, mas eu diria que tem que encaixar na partida, porque no treino tá tudo funcionando, né? A galera é muito unida, a gente não tem problema de conflito, problema de briga, problema externo, nem nada do tipo. Pela primeira vez, em bastante tempo, a gente tem um uma line, um time composto por sete pessoas, contando com analista, sete pessoas muito sincronizadas, muito bem com uns com os outros”.
Durante a fase de grupos, com a abertura dos jogos, no dia 3 de fevereiro, a Cavalaria enfrentou o time asiático, TEAM JOEL e levou o Melhor de 3, por 2 a 0, numa partida que pode ser descrita como menos tensa que o usual. No dia 4, jogou contra a norte-americana, Unwanted em um embate acirrado, que terminou 2 a 1, para os estadunidenses, contabilizando a primeira derrota da Liquid. No dia 5, a Cavalaria jogou novamente, agora contra a alemã, G2 Esports e acabou perdendo o Md3 por 2 a 0, contabilizando sua segunda derrota no jogo.
O dia derradeiro para Liquid, foi na última sexta-feira, dia 7 de fevereiro, quando se enfrentou com o time norte-americano, M80. Apesar de um time majoritariamente composto por gringos, Leonardo Biondi Figueiredo, o “Kyno” e ambos treinadores, Matheus “Budega” Figueiredo e Igor “Vivas” Vivas são brasileiros e enfrentaram a Cavalaria naquele fim de manhã. Após suar a camisa em um embate com a M80, a Liquid terminou o dia eliminada do Six Invitational 2025, com uma pontuação de 2 a 1 para os estadunidenses.
Sendo assim, a Team Liquid acabou caindo na fase de grupos para a chave inferior, e acabou enfrentando outro time brasileiro, a FaZe Clan e deixou o Invitation na 14° posição. Do mesmo grupo, avançaram a M80 e a Unwanted, a segunda que depois conseguiu eliminar a campeã do ano passado, a w7m, com uma pontuação de 2 a 0. Por outro lado, a M80 acabou saindo quando perdeu para a DarkZero, outro time norte-americano, num placar de 2 a 1.
Apesar da eliminação nas quartas de final, a Unwanted conseguiu avançar muito bem na repescagem e tem uma chance forte de voltar para o campeonato. A vaga única é disputada por mais três times, a Team Falcons da Arábia Saudita, a norte-americana Oxygen Esports e a brasileira FaZe Clan, atual vice do campeonato.
Continuam na chave principal apenas dois times brasileiros que disputam a vaga na semifinal nesta terça-feira (11/2) às 14:00, a FURIA e a Razah Company competem por uma chance de levantar a marreta. Você pode acompanhar a transmissão oficial clicando no link.
Formado em jornalismo pelo Instituto de Ensino Superior de Brasília (IESB). Atua desde 2022 como repórter multimídia do Correio Braziliense, o primeiro jornal de Brasília. Participou de coberturas importantes como as eleições de 2022 e
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