A casa no Rio de Janeiro em que foram gravadas cenas cotidianas da família Paiva no filme Ainda estou aqui — pelo qual Fernanda Torres levou no último domingo (5/1) o Globo de Ouro de ‘Melhor atriz em filme de drama’ —, está à venda por um valor a partir de R$ 13.900.000. É o que contou o corretor Marcelo Dias à Agência Brasil.
Localizado na Rua Roquete Pinto, no bairro da Urca, Zona Sul do capital fluminense, o imóvel foi alugado pela produção do longa de Walter Salles durante um ano e meio. Embora não seja a mesma em que moraram o ex-deputado federal Rubens Paiva, a mulher dele, Eunice Paiva — protagonista do drama, interpretada por Fernanda Torres e Fernanda Montenegro —, e os cinco filhos do casal, a casa foi reformada para representar a original de forma autêntica.
O imóvel construído em 1937 atrai turistas, que registram fotos em calçadas próximas e à frente da residência.
O corretor responsável pela casa contou que, atualmente, a residência “está totalmente modernizada” e “totalmente diferente das filmagens”. Segundo ele, “os proprietários estão concluindo as melhorias” e, no momento, duas propostas de venda são analisadas. “Eu a conheci antes, durante e depois (do filme). Achei belíssima a produção, de bom gosto e originalidade. Foi muito legal. Agora virou ponto turístico.”
De acordo com o portal g1, o projeto do Ainda estou aqui começou há sete anos, e o diretor, Walter Salles, buscava, desde 2021, uma casa próxima ao mar que fosse semelhante às descrições da família. O imóvel da Urca, portanto, foi escolhido pela aparência, e a produção adaptou pisos e decoração para que o ambiente remetesse aos anos 1970, época em que se passa a trama.
Uma das filhas da família Paiva, Nalu, desenhou os cômodos da residência original, que ficava na Avenida Delfim Moreira e não existe mais — no local, há atualmente um prédio —, para que eles fossem reproduzidos na da Rua Roquete Pinto.
Antigos moradores
A musicista Lívia Savini morou com a família na casa entre setembro de 2019 e dezembro de 2022, durante a pandemia. Ela afirmou à Agência Brasil que achou engraçada a transformação do local em ponto turístico: “Acho muito especial ver tantas pessoas que também se apaixonaram pela casa e que falem sobre isso e mais ainda sobre esse filme que é importante; um grande filme que merece todos os prêmios que puder”.
“Eu e minha família somos fãs do Walter Salles, da Fernanda Torres, do Selton Mello”, disse. “Um filme com essas pessoas já era uma coisa que a gente ficou com muita expectativa, mas o impacto da história tão importante para o Brasil, tão importante para a memória política do Brasil, é muito importante. Pareciam as nossas memórias retratadas na tela, porque parecia uma tradução literal. Os momentos da família ali dentro, pareciam os momentos que a gente viveu lá. O impacto foi triplicado.”
Em novembro, Lívia publicou no Instagram um vídeo com imagens da residência antes da reforma para o filme. “Não estou mais aqui”, escreveu, na legenda. “Se você chorou muito vendo esse filme, imagina pra gente que morou na casa antes da gravação.”
O imóvel de 480 m² tem quatro suítes, quatro salas, piscina e elevador.