
Poucos discos conseguem traduzir com tanta autenticidade a montanha-russa emocional que é viver no século 21 como After Laughter, do Paramore. Lançado em 2016, o trabalho marcou uma nova fase para a banda, refletindo os desafios internos do grupo e os conflitos do mundo moderno em um som envolvente e nostálgico.
A transição do emo e pop punk para um estilo mais próximo da new wave, funk e synth pop foi uma mudança ousada para a banda liderada por Hayley Williams. A nova sonoridade, somada às letras que falam sobre pressões sociais, ansiedade e a dificuldade de lidar com as próprias emoções, fez do álbum um refúgio para muitos fãs.
O título do disco, segundo Hayley, nasceu da observação de um momento peculiar: “Depois de uma risada genuína, há sempre um instante em que a realidade volta a se impor. Eu sempre achei esse olhar fascinante.” Essa dualidade se reflete nas faixas do álbum, que combinam melodias animadas com letras introspectivas e, por vezes, melancólicas.
Entre os destaques, Hard Times abre o disco com um instrumental vibrante contrastando com versos sobre o desejo de apenas “acordar de boa”. Já Rose-Colored Boy critica o otimismo forçado, enquanto Fake Happy expõe a desconexão entre a felicidade aparente e os sentimentos reais.
A produção do álbum contou com a parceria entre Taylor York, guitarrista do Paramore, e Justin Meldal-Johnsen, conhecido por trabalhos com Beck e Nine Inch Nails. Taylor teve um papel fundamental no disco, participando ativamente da composição, além de tocar diversos instrumentos e cuidar da engenharia de som.