Personalidade

Gargalhada de Fernanda Torres "contamina o set", atestam colegas

Diretor de Os Normais, produto audiovisual que atravessou anos, José Alvarenga Jr. elogia o senso de humor de Fernanda Torres e a dedicação ímpar, a cada trabalho. Selton Mello é outro encantado pela "engraçada" atriz

Os Normais 2: bastidores com José Alvarenga Jr., Luis Fernando Guimarães e Fernanda Torres -  (crédito: Imagem Filmes / Divulgação)
Os Normais 2: bastidores com José Alvarenga Jr., Luis Fernando Guimarães e Fernanda Torres - (crédito: Imagem Filmes / Divulgação)

Emoção parece palavra de ordem em todas as reações que cercam não apenas a receptividade ao conteúdo do longa brasileiro Ainda estou aqui. Selton Mello, que tem sido um dos maiores entusiastas para a dobradinha atriz e Oscar, deu a chave para entender muito do sucesso do longa de Walter Salles que trata dos meandros da ditadura brasileira: o preponderante bom humor de Fernanda, durante as filmagens.

Harmonia e graça são das qualidades reconhecida de Fernanda, entre colegas e amigos, entre os quais o global diretor José Alvarenga Jr. "Fernanda é uma companheira excepcional de trabalho. Ainda que tenha toda uma consciência profissional, e seja atenta à dinâmica
e às obrigações num set, ela pode ter ataques incontroláveis de riso, e é muito divertido por ela ter uma gargalhada contagiosa e que contamina a equipe; você é obrigado a esperar porque não é uma coisa que ela consiga parar facilmente. Pode levar de cinco a 15 minutos (risos). Ela se permite rir de si, e ri muito. Eu acho bom: é sinal de que ela está o tempo todo com uma liberdade de usufruir o que o set oferece", atestou o diretor de Os normais. Em entrevista ao Correio, o cineasta contou das características da intérprete de Vani, personagem desenvolvida pelos roteiristas Fernanda Young e Alexandre Machado.

Três perguntas // José Alvarenga Jr., cineasta

Em que a Fernanda Torres se diferencia de outras atrizes?

A Fernanda Torres é contemporânea dela mesma: uma artista curiosa, entusiasmada, que deseja aventura. Ela passou por vários diretores e movimentos de cinema. Ao mesmo tempo, no teatro, também seguiu essas mudanças todas. É uma cronista de mão cheia, uma grande
escritora. A Fernanda Torres, pessoa, não foge disso: é alguém que desbrava o mundo, sempre contando de um lugar que ela precisa visitar e das trocas que precisa fazer. A curiosidade, enorme, a faz do mundo, e isso está nos olhos dela, o tempo todo. Você sente esse brilho e esse estar à vontade num mundo tão complicado.

Como vê a dinâmica dela com o berço artístico?

Fernanda é de uma geração de artistas. Disso resulta a intimidade com o viver dessa arte do interpretar. A Fernanda, pessoa, vem sem máscaras. Ela sabe das dificuldades do varejo do meio artístico. Ela consegue transformar o terreno em sublime, mas a base sempre é o terreno. Ela é, naturalmente, uma artista, daí a enorme diferença.

O que admira na Fernanda?

Entre as características dela estão a inteligência e a velocidade, além de ser muito parceira. Afeita a trocas, ela conversa, escuta, ouve e se excita com ideias. Ela testa ideias, não é uma artista que já chega pronta com coisas preconcebidas. Fernanda tem o desejo de experimentar, e isso alimenta buscas. 

Ricardo Daehn
postado em 13/01/2025 14:51
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