Luto

Anita Bryant, cantora e ativista polêmica, morre aos 84 Anos

Sua carreira começou como uma jovem promissora na música e na televisão, ganhando notoriedade ao representar Oklahoma no concurso Miss América em 1958

Anita Bryant, cantora e ativista polêmica, morre aos 84 Anos -  (crédito: TMJBrazil)
Anita Bryant, cantora e ativista polêmica, morre aos 84 Anos - (crédito: TMJBrazil)

Anita Bryant, cantora pop dos anos 1960, ex-rainha da beleza e ativista evangélica, faleceu em 16 de dezembro de 2023, aos 84 anos, em Edmond, Oklahoma. A notícia foi anunciada pela família no jornal local Oklahoman. Conhecida tanto por seu talento musical quanto por suas posições controversas, Bryant deixou uma marca indelével na cultura americana.

Sua carreira começou como uma jovem promissora na música e na televisão, ganhando notoriedade ao representar Oklahoma no concurso Miss América em 1958, onde ficou em segundo lugar. Bryant conquistou as paradas musicais com sucessos como Paper Roses e My Little Corner of the World, ambas no top 10 da Billboard nos anos 1960.

Além disso, foi indicada a três Grammys por suas performances de música sacra no final da década de 60.

A cantora se destacou por sua presença na televisão, participando de programas de variedades populares, como os de Ed Sullivan e Arthur Godfrey.

Em paralelo, construiu uma sólida carreira como garota-propaganda, sendo aclamada pela campanha do suco de laranja da Flórida, que popularizou o slogan “Café da manhã sem suco de laranja é como um dia sem sol”. Durante sua parceria com a Florida Citrus Commission, as vendas de suco de laranja dobraram, consolidando-a como uma das personalidades publicitárias mais requisitadas da época.

Anita Bryant: A cruzada contra os direitos LGBTQIA+

Embora tenha desfrutado de anos de glória como cantora e figura pública, a carreira de Bryant tomou um rumo polêmico na década de 1970, quando ela iniciou uma campanha nacional contra os direitos LGBTQIA+. Em 1977, liderou o movimento “Save Our Children” para revogar uma lei do Condado de Miami-Dade que proibia a discriminação com base na orientação sexual. Sua retórica, marcada por declarações como “amo os homossexuais, mas odeio seus pecados”, a tornou uma figura polarizadora nos Estados Unidos.

Apesar de conquistar vitórias iniciais, como a revogação da lei em Miami, sua influência começou a declinar após o fracasso da “Briggs Initiative” na Califórnia, que buscava banir professores de escolas públicas que apoiassem causas LGBTQIA+. A oposição de figuras como Ronald Reagan enfraqueceu o movimento de Bryant, e ela enfrentou boicotes, críticas da mídia e o fim de contratos publicitários importantes.

Nos anos seguintes, Bryant manteve-se ativa na comunidade cristã conservadora, escrevendo livros religiosos e fundando o Anita Bryant Ministries International. Longe dos holofotes, ela administrou um teatro em Branson, Missouri, nos anos 1990, antes de retornar a Oklahoma em 2002.

Anita Bryant deixa um legado controverso, marcado por sucessos musicais e publicitários, mas também por divisões ideológicas que ecoam até hoje. Ela é lembrada por seus quatro filhos, enteadas e netos.

Djenifer Henz – Supervisionada por Marcelo de Assis

Djenifer Henz
DH
postado em 10/01/2025 11:14 / atualizado em 10/01/2025 13:43
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