O universo do axé foi abalado por uma suposta tensão entre Claudia Leitte e Ivete Sangalo, que deixaram de se seguir no Instagram nos últimos dias. O rompimento virtual acontece em meio a uma polêmica envolvendo Claudia e a alteração de um trecho da música Caranguejo.
No lugar da tradicional frase “saudando a rainha Iemanjá”, a cantora optou por cantar “eu canto meu rei Yeshua”, em referência a Jesus em hebraico. A mudança gerou grande repercussão nas redes sociais, com acusações de intolerância religiosa e debates acalorados entre os fãs das artistas.
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A substituição do verso foi amplamente criticada por internautas, incluindo figuras públicas. Pedro Tourinho, secretário de Cultura de Salvador, condenou a decisão, classificando-a como um ato de racismo religioso. A situação ganhou ainda mais fôlego quando Ivete Sangalo, considerada um dos maiores nomes do axé, curtiu o comentário de Tourinho, embora tenha retirado a interação pouco depois.
A atitude foi suficiente para inflamar os fãs de ambas as cantoras, que não economizaram nas teorias sobre o suposto fim da amizade entre as estrelas. Comentários como “Ivete nunca precisou de Claudia para nada” e “A amizade do axé acabou” tomaram conta das redes. Por outro lado, apoiadores de Claudia defenderam sua liberdade artística e a conexão com sua fé.
Embora nenhuma das artistas tenha se pronunciado oficialmente sobre o episódio, o unfollow mútuo no Instagram foi interpretado como um reflexo da tensão gerada pela controvérsia. A relação entre Claudia Leitte e Ivete Sangalo, antes marcada por momentos de parceria e respeito mútuo no cenário musical, agora parece estar sob um olhar cauteloso do público.
Claudia Leitte é criticada por mudar música e Ivete apoia
A cantora Claudia Leitte enfrenta críticas intensas após substituir a menção à orixá Iemanjá por uma referência a Jesus Cristo na letra de “Caranguejo” durante uma apresentação no Candyall Guetho Square, em Salvador. A modificação reacendeu debates sobre apropriação cultural, racismo e o papel da branquitude no Axé Music.
No dia 14 de dezembro, durante um ensaio de verão, Claudia alterou o verso “Saudando a rainha Iemanjá” para “Eu canto meu Rei Yeshua“, gesto que já havia sido realizado em outras ocasiões desde 2014, quando a cantora anunciou sua conversão religiosa. O episódio gerou repercussão nas redes sociais, com vídeos viralizados e críticas de fãs e figuras públicas.
Pedro Tourinho, secretário de Cultura e Turismo de Salvador, foi uma das vozes mais contundentes no debate. Sem citar diretamente Claudia Leitte, ele publicou uma reflexão destacando a importância das religiões de matriz africana e das origens do Axé Music.
“Axé é uma palavra de origem yorubá, com significado e valor insubstituíveis. É a base rítmica e identitária do Axé Music, que deve ser respeitada”, afirmou.
O secretário também abordou o protagonismo de artistas brancos no Axé e a invisibilidade de músicos negros. Segundo ele, modificar letras que celebram a cultura afro-brasileira é um ato de racismo que não pode ser ignorado. “Apagar os nomes dos orixás das músicas é reescrever a história em favor de uma visão deturpada“, disse Tourinho.