Documentário

Websérie conta a história de grafiteiros e artistas urbanos de Sobradinho

Websérie Graffita vai ao ar para mostrar como trabalham e quem são os grafiteiros das Regiões Administrativas do DF

A cultura do grafite é especialmente forte nas cidades do Distrito Federal, mas nem sempre alcança a valorização à altura da produção dos artistas. Para mapear e mostrar a qualidade do trabalho realizado por dezenas de grafiteiros das Regiões Administrativas do DF, a diretora Ketlyn Hanna criou a websérie Graffita, cujo primeiro episódio está disponível no YouTube.

A série começa com Sobradinho 2, mas a ideia de Hanna é fazer o registro em outras RAs. A próxima deve ser Planaltina. O projeto foi realizado com recursos do Fundo de Apoio à Cultura (FAC) e a primeira temporada terá três episódios. O segundo está programado para ser lançado no fim de dezembro e o terceiro, em janeiro. “Quero mostrar os artistas, como eles são capazes. E queria continuar o projeto para passar várias quadras de diferentes RAs”, conta Hanna.

De Sobradinho, participam da série os artistas Mendy e Pake, da crew Opa, e Costa, Jahsa, Rato e Past, do Coletivo Saída Norte. No primeiro episódio da série, eles contam como se interessaram pelo grafite e um pouco da trajetória percorrida. A diretora conseguiu que a administração de Sobradinho 2 cedesse uma quadra de esportes para que os artistas pudessem realizar um trabalho em conjunto especialmente para o documentário. Os três episódios vão mostrar o processo de criação da pintura.

Cada episódio de Graffita dura, em média, 20 minutos. No total, a cada temporada, a diretora dispõe de uma hora para contar a história dos artistas e apresentar os trabalhos. “A ideia era ocupar uma quadra chamando os artistas de lá e mostrar realmente a história do grafite em cada RA. Nos episódios, eles aparecem falando do passado, do presente e do futuro. O passado é para mostrar como chegaram ali e o presente é o reconhecimento do trabalho. O futuro seria a pegada da visibilidade dos grafiteiros do DF”, conta Hanna.

A diretora mudou-se para Sobradinho 2 há dois anos e ficou surpresa com a efervescência da cena grafiteira local. “Comecei a conhecer as pessoas envolvidas com grafite e vi que essa cultura aqui é muito forte. Vi que as pessoas não têm muito conhecimento e quis mostrar para o DF o quanto a gente é movido pelo grafite em Sobradinho 2. E queria mostrar como o grafite pode ser valorizado”, avisa Hanna.
No primeiro episódio, a câmera acompanha o tempo de criação do desenho da quadra e mostra como os artistas delineiam os limites da pintura com linhas pensadas de acordo com os rascunhos previamente concebidos. O resultado concreto será mostrado no episódio 2 e o acabamento, no 3. A série também evidencia as diferentes origens dos grafiteiros, que podem ter um conhecimento mais formal, como Rato, egresso de cursos e programas de pesquisas na Universidade de Brasília (UNB) e criador de uma marca de tintas, ou mais experimental, como Mendy, que começou pichando, como boa parte dos grafiteiros da cidade.

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