OBITUÁRIO

Morre o escritor Dalton Trevisan, 'vampiro de Curitiba', aos 99 anos

Conhecido por ser reservado e misterioso, Trevisan teria deixado recomendações para a própria morte. Prefeitura de Curitiba diz que cabe à família anunciar a morte

O serviço funerário de Curitiba anunciou, nesta segunda-feira (9/12), a morte do escritor curitibano Dalton Trevisan, aos 99 anos. A ficha, que informava dados como idade, local e data do falecimento e do sepultamento, foi removida do site de obituários do governo poucos minutos após a publicação. Segundo o portal Bem Paraná, o artista, conhecido por ser reservado e misterioso, deixou recomendações para a própria morte. 

Nascido em 1925, Dalton Jérson Trevisan foi advogado e renomado contista brasileiro. Em 1945 publicou a primeira obra, Sonata ao luar, e, em 1959, recebeu o Prêmio Jabuti por Novelas nada exemplares. Por dois anos, entre 1964 e 1948, liderou a revista Joaquim, onde publicaou nomes como Antonio Candido e Carlos Drummond de Andrade. 

Em 1965, Trevisan publicou o livro O vampiro de Curitiba, apelido pelo qual ficaria conhecido, devido também à personalidade reclusa. Por conta de aparições cada vez mais raras nos últimos anos, o último registro dele é uma foto tirada em 2007, diz o Bem Paraná. Em 2012, o conjunto da obra dele foi reconhecido pelo Prêmio Camões.

No último domingo (8/12), o blog do Ancelmo Gois, d’O Globo, havia anunciado preparação de antologia de contos do escritor pela editora Todavia, a ser lançado em junho de 2025 — em comemoração a 100 anos. Em junho deste ano, pouco antes de ele completar 99 anos, a revista Piauí noticiou que Trevisan trabalhava em novas edições de escritos antigos e na organização do próprio acervo. 

Segundo a ficha divulgada pelo serviço funerário, Dalton Trevisan morreu na própria casa e será cremado no cemitério Vaticano, em Almirante Tamandaré, Paraná, às 9h desta terça-feira (10/12).

O portal Bem Paraná noticiou que, embora familiares insistissem em negar a morte do escritor e a Prefeitura de Curitiba dissesse que cabia à família informar sobre o assunto, um carro funerário estacionado à frente do prédio em que ele morava desfez o mistério que Trevisan desejava. Segundo o jornal, ele deixou uma lista de pedidos a serem cumpridos após a morte. 

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