Exposição

Mostras de fotos e poemas reforçam conexão entre Brasil e Portugal

Duas mostras de fotos e poemas, em cartaz do Senado Federal, estabelecem o diálogo entre os dois países

Em parceria com a Associação Portugal Brasil 200 anos, o Senado Federal apresenta as exposições Os rostos de Camões e 10 ideias para um futuro descolonizado. A primeira mostra, fotografada pelo artista visual português João Vilhena, já está disponível na Biblioteca do Senado, e fica em cartaz até 3 de janeiro. A exposição também ocupa o Salão Negro do Congresso Nacional, de 18 de dezembro a 19 de janeiro. 

Baseadas no retrato ícone do poeta Luís de Camões, 10 fotografias atreladas a poemas compõem o catálogo da exposição.  A principal característica das peças é a montagem, feita com pessoas anônimas, de diferentes cores, etnias e origens, que possuem apenas uma característica em comum: a língua portuguesa. "O que há de mais bonito é todo esse arco-íris, essa diversidade, que transformam as diferenças do modo de falar a língua em uma harmonia", ressalta João Vilhena.

Em texto de apresentação da mostra, o curador João Miguel Diogo escreve: "Cada retrato, representando um território lusófono, é um testemunho do poder transformador da arte e da língua, revelando o quanto Camões ainda dialoga com as questões contemporâneas, como identidade, pluralidade e futuro".

Enquanto isso, a exposição 10 ideias para um futuro descolonizado propõe reflexões e alternativas para superar as marcas do passado colonial. Este projeto reflete um compromisso com a justiça, a equidade e a memória, ressaltando a importância de reconhecermos as vozes diversas que compõem a nossa história e de projetarmos um futuro mais inclusivo e sustentável", escreve João Miguel Diogo.

O número 10 não é uma escolha aleatória, mas que contém um grande significado. "Há 10 países de língua oficial portuguesa, há 10 cantos que têm Os Lusíadas, há 10 ideias necessárias para esse futuro descolonizado", explica o poeta e Presidente da Associação Brasil Portugal 200 anos, José Miguel Diogo. Ele prossegue: "A partir de uma contagem simples, as pessoas podem revisitar um conceito de memória que vai da identidade até a sustentabilidade. Um roteiro para a descolonização".

 

*Estagiária sob a supervisão de Severino Francisco  

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