RETROSPECTIVA

As músicas e artistas que marcaram o ano de 2024

Seja na música nacional ou internacional, o ano de 2024 foi responsável por hits que não saíram da cabeça do público. Confira alguns dos principais momentos do ano na indústria fonográfica

2025 foi frutífero para a música nacional e internacional -  (crédito: Video filmes/Divulgação)
2025 foi frutífero para a música nacional e internacional - (crédito: Video filmes/Divulgação)

O ano de 2024 foi marcado por grandes momentos no mundo da música. De fenômenos que conquistaram os ouvidos do público ao retorno de grandes artistas, o ano foi frutífero para a música internacional e nacionalmente. O Correio faz uma retrospectiva do que houve de melhor e mais legal de lançamentos da indústria fonográfica nos últimos 12 meses.

Há algum tempo é difícil dividir o sucesso do TikTok. Estourar na plataforma de vídeos curtos é sinônimo de um alcance inexplicável em números no streaming. O fato torna as mais ouvidas e interessantes do ano indissociáveis das tendências e dancinhas do app chinês que é febre em todo o planeta. De pessoas menos conhecidas como FloyyMenor e Tommy Richardson a estrelas do calibre de Billie Eilish e Beyoncé, o TikTok foi instrumento valioso para a difusão de novas músicas em 2024.

Dois frutos interessantes da plataforma foram as cantoras Sabrina Carpenter e Chappell Roan. Ambas tinham carreiras consolidadas, mas mudaram de patamar em 2023 graças ao TikTok. Sabrina emplacou Espresso como o maior sucesso pop do ano, dominou a Billboard, lançou o disco Short n sweet que fez números impressionantes e ainda colecionou reproduções nas faixas Please please please, Taste e Juno, a última que também fez sucesso com piadas de cunho sexual durante as apresentações ao vivo.

Chappell fazia sucesso como TikToker além de cantora, mas viu na virada para 2024 o disco The rise and fall of a midwest princess, de 2023, ganhar muito público. Portanto, com apenas um lançamento no ano, o single Good luck, babe!, a cantora foi um dos nomes mais comentados da música graças às redes sociais.

As redes sociais também foram palco para uma disputa, ou melhor, uma briga interessante. O californiano Kendrick Lamar e o canadense Drake se desentenderam após uma indireta em um verso do rapper norte-americano em uma participação na faixa Like that de future e Metro Boomin. O fato gerou uma troca de farpas com as chamadas diss tracks, músicas escritas para atacar outra pessoa. Entretanto, também trouxe um dos maiores sucessos do ano com Not like us de Lamar. A música em que ele acusa Drake de pedofilia em cima de uma batida do Dj Mustard foi fênomeno de audições e levou o rapper a se anunciado como atração do show do intervalo do Superbowl e a uma estreia histórica com o álbum GNX.

Neste ano, gigantes da música continuaram se consolidando no mercado. Bruno Mars, que não lança um álbum inédito desde 2016, é atualmente o artista mais ouvido do Spotify. Nos últimos meses, as grandes novidades do cantor foram apenas dois singles — Die with a smile, com a diva pop Lady Gaga, e APT., com Rosé, estrela do k-pop. Taylor Swift, por sua vez, mostrou mais uma vez a força que tem ao quebrar diversos recordes fonográficos com The tortured poets department, 11° trabalho da discografia, apesar da má recepção da crítica. O projeto conta com 31 faixas no total.

Aos 23 anos, Billie Eilish continua a acertar nos projetos lançados. Em 2024, foi a vez do álbum Hit me hard and soft alavancar a artista, vencedora do Grammy e do Oscar, a um novo patamar — o disco foi o segundo mais escutado dos últimos 12 meses no Spotify, enquanto o single Birds of a feather foi a terceira música mais ouvida.

Brasil

O ano da música brasileira teve um nome que reinou absoluto: Liniker. A cantora subiu um degrau e se colocou entre os maiores nomes da nova geração da música brasileira com o novo disco Caju. Ela reinou em premiações, lotou casas de show e está presente na maioria das lineups dos festivais de 2025. Ela emplacou na casa de dezenas de milhões de reproduções nas plataformas e alcança um patamar grandioso de profusão e reconhecimento.

Nas redes sociais, a banda curitibana Jovem Dionísio conseguiu repetir o feito de Acorda, Pedrinho. Dois anos após viralizar na internet com o single do disco de estreia, o grupo voltou a emplacar um refrão chiclete na cabeça dos brasileiros. "Cê reparou que eu me arrumei? Tô bonitin" foi a trilha sonora de mais de 300 mil vídeos no TikTok, acumulando 4 milhões de visualizações.

Quem dominou a plataforma, no entanto, foi Grelo, revelação de 2024. Apesar da carreira bem-sucedida como compositor — ele é responsável por sucessos de Marília Mendonça e Maiara e Maraísa, por exemplo —, o artista se lançou como cantor apenas neste ano. Os primeiros lançamentos, Só fé e De graça ou pagando, explodiram quase que de imediato, ocupando os primeiros lugares na lista de músicas mais tocadas do TikTok no Brasil. No Spotify, ele conta com 11 milhões de ouvintes mensais.

Outra tendência forte nas plataformas de vídeos curtos foi o MTG, sigla para montagem. Um estilo de funk muito popular em Belo Horizonte que chegou a dominar as paradas brasileiras. Com uma mistura de trechos de músicas mais antigas, os chamados samples, e uma batida muito ligada ao grave, o subgênero do funk fez bailes dançarem ao som da voz de Seu Jorge, Mart'nália e Caetano Veloso.

A união de estilos também marcou o ano — a banda de rock nacional Fresno lançou uma versão de Camadas, faixa do disco Eu nunca fui embora, com a dupla sertaneja Chitãozinho e Xororó. A parceria também faz parte do novo álbum dos irmãos, José e Durval. A colaboração entre os artistas, no entanto, não é novidade. Em 2008, eles dividiram os palcos no Estúdio Coca-Cola, programa da MTV Brasil que promovia encontros musicais inusitados. Na atração, os músicos apresentaram os principais sucessos dos dois lados.

Outro encontro de gerações foi o entre Gilberto Gil, um dos principais nomes da MPB, e Mc Hariel, destaque do funk paulista. Juntos, os dois lançaram a música A dança, parte do álbum Funk superação do jovem de 27 anos.

No Brasil, o sertanejo mais uma vez reinou nas paradas musicais. A novidade, porém, foram as principais vozes por trás do sucesso. Em um território predominantemente masculino até pouco tempo atrás, as mulheres foram o destaque do gênero musical neste ano. Um dos principais nomes da música nacional em 2024 foi Ana Castela, conhecida também como Boiadeira.

Com apenas 21 anos, ela chegou perto da marca de 300 shows no ano, cobrando um dos cachês mais altos do ritmo, passou 25 semanas no topo da parada da Billboard Brasil com nove músicas entre as 100 mais tocadas e ganhou o Grammy.

Agenda lotada de shows

Este ano foi marcado por um forte movimento de artistas que trouxeram suas turnês para o Brasil. A rainha do pop Madonna lotou a praia de Copacabana; Bruno Mars passou tanto tempo no Brasil que quase ganhou um CPF; Blink-182 fez a primeira apresentação em terras brasileiras no Lollapalooza; o Rock in Rio trouxe shows como Travis Scott, Avenged Sevenfold, Mariah Carey e Ed Sheeran; o Linkin Park voltou com nova vocalista; e Paul McCartney fez mais uma passagem com a apresentação do Get back apenas pensando entre os internacionais.

As atrações nacionais envolveram os sentimentos dos fãs. Forfun, Restart e Titãs encerraram suas turnês de reencontro, enquanto Natiruts começou a despedida e Roberto Carlos o último especial de fim de ano. Paralamas do Sucesso, Capital Inicial e Planet Hemp comemoram décadas na estrada, enquanto novos nomes, como Black Pantera, Jovem Dionísio e Grelo cativaram seus públicos nacionalmente indo de cidade a cidade.

O cenário dos festivais de música também alterou muito. Os gigantescos se mantiveram na hegemonia. Porém, forças secundárias, como Primavera Sound e MITA tiveram as edições canceladas. Nomes, como Afropunk, em Salvador, e Rock The Mountain, em Itaipava, consolidaram-se entre os mais cobiçados do país com a chegada de atrações internacionais às lineups. Enquanto alguns fugiram dos períodos cheios de shows e encontraram um público fiel, caso do C6 Fest.

Em 2025, a expectativa é ainda maior. Lollapalooza, The Town, Rock The Mountain, Afropunk, C6 Fest e Porão do Rock são festivais que já anunciaram atrações internacionais. Para os shows de estádio estão marcados a despedida de Gilberto Gil, um especial do Paralamas do Sucesso, Simply Red, o retorno do Linkin Park para Brasil, Olivia Rodrigo e o aguardado reencontro dos irmãos Liam e Noel Gallagher para a turnê do Oasis, sem contar com nomes, como Sting, que não fechará estádio, mas tem três datas marcadas no país.

Internacionais

Not like us — Kendrick Lamar

Espresso — Sabrina Carpenter

APT. — Bruno Mars e Rosé

Die with a smile — Lady Gaga e Bruno Mars

Birds of a Feather — Billie Eilish

Million dollar baby — Tommy Richman

Gata only — FloyyMenor e Cris Mj

Good luck, babe! — Chappell Roan

Texas Hold'em — Beyoncé

Guess — Charli xcx e Billie Eilish

Nacionais

Caju — Liniker

O Som — Matuê

Só Fé — Grelo

Tô bem — Jovem Dionísio

The box medley funk 2 — MC Brinquedo, MC Cafezinho, MC Tuto, MC Laranjinha e Dj Oreia

A dança — MC Hariel e Gilberto Gil

MTG Quem não quer sou eu — Dj Topo, Seu Jorge, MC Leozin e MC G15

Gosta de rua — Felipe e Rodrigo

Camadas — Fresno e Chitãozinho e Xororó

Lugar perfeito — Anitta e Ivete Sangalo

Curadoria do Correio

Músicas que não tiveram o mesmo alcance das que chegaram a lista final, mas que o Correio indica como destaques de 2024.

Gloria — Kendrick Lamar

Todo tempo do mundo — Thalin, VCR Slim e Cravinhos

No hago trap — Milo J

Corrida! — Pluma

Nave — Febem e Luccas Carlos

Calling after me — Wallows

High in low places — Beach Weather

Abram alas — Silva

Aquamarine — Addison Rae

we can't be friends (wait for your love) — Ariana Grande

 


Isabela Berrogain
Pedro Ibarra
postado em 31/12/2024 07:00
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