Samba, rap e capoeira animam a comunidade da Estrutural, neste sábado (14/12), a partir das 9h, na Creche Vovó Luzimar. Com entrada gratuita para o público, apresentam-se os cantores Daniela Ribeiro, Taliz e Seu Manolo. Haverá ainda exibições de rodas de capoeira comandadas pelo contramestre Leandro Cabeça, coordenador do Centro Cultural Fio da Navalha, que oferece aulas da nobre arte afrobrasileira para as crianças da região desde 2014.
"Esta é uma festa para celebrar o encerramento desta temporada 2024, quando conseguimos tocar as atividades com patrocínio da Lei Paulo Gustavo. Há 10 anos, promovemos aulas gratuitas de capoeira, maculelê e puxada de rede. Com esse apoio, conseguimos incrementar as atividades também com práticas de cavaquinho, todos os sábados. É o fechamento do projeto, mas nossa missão continua", comenta o maranhense Leandro Cabeça.
Entre as atrações musicais, a cantora Daniela Ribeiro promete uma apresentação contagiante ao som de muito samba. Com 20 anos de experiência artística, ela se formou em canto popular pela Escola de Música de Brasília. “Minha família é toda ligada ao samba. Meu pai é nascido em Madureira, no Rio de Janeiro. O samba sempre foi minha paixão e, hoje, eu sou apaixonada pelas religiões de matriz africana. Estou muito animada para fazer esse som na Creche Vovó Luzimar, é maravilhoso levar a música para as crianças. A música deveria estar no ensino de todas as escolas, pois é um elemento cultural que cura e salva as pessoas”, diz a artista.
Deficiente visual, Daniela Ribeiro se sente orgulhosa em atuar como uma porta-voz da inclusão. Desde 2016, ela é cantora no Coral Armorial, composto apenas por pessoas cegas ou de baixa visão. A iniciativa foi organizada dentro do Projeto Waldyr Azevedo, sob coordenação do casal Dudu Oliveira e Thais Tosi. "A música nos leva a quebrar barreiras e preconceitos, é o que venho tentando fazer com minha carreira. Corro atrás todo o tempo para alcançar o sucesso. Meus pais sempre me incentivaram desde pequena e tenho muito orgulho do que estou me tornando", comenta.
Daniela Ribeiro também traz no portfólio apresentações ao lado de artistas como Renata Jambeiro e Dhi Ribeiro. Hoje, tem um grupo de samba chamado Oju Okan — que significa 'olhos e coração' ou 'visão do coração', no idioma yorubá. Além da cantora, o conjunto é composto por Ronaldo Kenedy (percussão) e Francinaldo Lopes (violão e cavaquinho) — que também são deficientes visuais — e Gabriel Anjos (percussão). "Estudei música desde os 14 anos, venho fazendo muitos shows baseados na cultura afrobrasileira, retratando o samba, fazendo com que as pessoas tenham alegria de viver", diz a artista.
Outro orgulho destacado pela cantora é o projeto Sambadeiras, que neste ano apresentou a segunda edição, colecionando performances na Casa de Cultura do Guará e no Taguaparque. "Acho maravilhoso levar a música para as comunidades, mostrar que a vida pode ser transformada a partir da arte. Será assim também neste sábado, na Estrutural, na Creche Vovó Luzimar. É muito importante o desenvolvimento de projetos como este. Quando você vê as crianças aprendendo a arte da música e da capoeira, isso oferece um norte, é uma forma de mostrar uma força para viver, aprender, ser feliz e fazer outras pessoas serem felizes. Trabalho na Escola Municipal Ednalda Guedes, em Águas Lindas (GO), amo as minhas crianças, tudo começa com elas. Elas farão o futuro, precisamos valorizar e cuidar muito bem das crianças", finaliza a cantora.