LITERATURA

Livro que inspirou 'Ainda estou aqui' é um dos mais vendidos em plataforma

Obra se encontra, nesta sexta-feira (22/11), em primeiro lugar na categoria "biografias e casos reais" e em quinto na lista geral de livros mais vendidos na versão brasileira da Amazon

O livro Ainda estou aqui, de Marcelo Rubens Paiva, que deu origem ao filme homônimo de Walter Salles, figurou, nesta semana, entre os mais vendidos da Amazon brasileira. Sucesso também no cinema, em que a bilheteria bateu R$ 1 milhão na estreia, a obra conta a história do desaparecimento do pai do autor durante a ditadura militar no Brasil. 

Ao Correio, a Amazon confirmou que as vendas do livro tiveram “um aumento de 16.600% de novembro do ano passado para esse”. A plataforma também informou que ele “ficou entre os mais vendidos do ranking geral da Amazon na quarta e na quinta (20 e 21 de novembro)

Escritor, Marcelo traça a história da própria família, que lutou para encontrar a verdade em relação ao desaparecimento do pai, o então deputado federal Rubens Paiva, em 1971. À época, ele foi preso, torturado e morto por agentes da ditadura.  

Por meio de lembranças da mãe, Eunice Paiva, Marcelo transcreve, no livro, a dor da progenitora e de toda família. “Ao falar de Eunice, e de sua última luta, desta vez contra o Alzheimer, Marcelo Rubens Paiva fala também da memória, da infância e do filho”, conta a contracapa da obra. “E mergulha num momento obscuro da história recente brasileira para contar — e tentar entender — o que de fato ocorreu com Rubens Paiva, seu pai, naquele janeiro de 1971.” 

Marcelo dedica Ainda estou aqui, publicado em 2015, às irmãs, Veroca, Eliana, Nalu e Babiu. Além deste, ele é autor de Blecaute, Do começo ao fim e Feliz ano velho — best-seller em que relata o acidente que o deixou tetraplégico. 

O Correio confirmou que, nesta sexta-feira (22/11), o livro se encontra em primeiro lugar na categoria “biografias e casos reais” e em quinto na lista geral dos mais vendidos. 

Confira a sinopse disponibilizada pela Amazon:  

Verão de 1971. Eunice Paiva, recentemente liberada de um período de prisão e interrogatório de doze dias no DOI-Codi, no Rio de Janeiro, passa uma curta temporada com amigos em Búzios. Segundo Antonio Callado, ela respirava aliviada; o próprio ministro da Justiça havia lhe garantido que seu marido, Rubens Beyrodt Paiva, “já tinha sido interrogado, passava bem e dentro de uns dois dias estaria de volta a sua casa”. Rubens Paiva, no entanto, capturado por homens da Aeronáutica em 20 janeiro de 1971, foi torturado, morto e seu corpo nunca mais foi encontrado. 'A cara de Eunice', escreve Callado, 'continuou molhada e salgada durante muito tempo, tal como naquela manhã de Búzios. A água é que não era mais do mar.' 

Neste livro, Marcelo Rubens Paiva faz um retrato emocionante de Eunice, sua mãe, e pela primeira vez traça uma história dramática do que ocorreu — e do que pode ter ocorrido — com Rubens Paiva. 'Meu pai, um dos homens mais simpáticos e risonhos que Callado conheceu, morria por decreto, graças à Lei dos Desaparecidos, vinte e cinco anos depois de ter morrido por tortura', narra ele, neste livro magistral. Eunice 'ergueu o atestado de óbito para a imprensa, como um troféu. Foi naquele momento que descobri: ali estava a verdadeira heroína da família; sobre ela que nós, escritores, deveríamos escrever'.

 

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