Cinema

A origem da famosa Estrada dos Tijolos Amarelos: Oz, de novo, no cinema

Filme baseado em musical Wicked e conduzido por Jon M. Chu recapitula o despontar da amizade entre as bruxas que habitam o livro do Mágico de Oz

Num dado momento do musical Wicked, superprodução ao custo de US$ 145 milhões, uma gama de personagens exalta que "o bem vence". É na Terra dos Munchkins, que ambientou o eterno sucesso de O Mágico de Oz (gerado pela adaptação do texto de L. Frank Baum), que a trama de Wicked avança. Com episódios posteriores e anteriores aos de O mágico de Oz, o novo longa, criado por Jon M. Chu, abraça uma trama com segredos de família, portas abertas para o inesperado (com o desfile de feitiços na tela) e muita dissimulação entre personagens juvenis, neste enorme conto de fadas.

Com uma aparência que faz lembrar a de O máscara (feito há 30 anos), a personagem de Cynthia Erivo, ainda bebê, nasce verde. Na circunstância, o pai vocifera: "Tirem isso daqui". É quase um prenúncio de que, sim, ela se transformará na icônica Bruxa Má do Oeste — "Eu sou encrenca", até simplifica ela mesma. Numa pontuação glamourosa desponta a Bruxa Boa do Sul (papel de Ariana Grande), que, deslumbrada, frequenta a Universidade Shiz, em que topará com o candidato a príncipe Fiyero (Jonathan Bailey, de Bridgerton), habilitado a intuir: "Juntos, somos perfeitos".

Muito perseguida, desde sempre, Elphaba (vulgo a bruxa má) está acostumada a causar sustos, com o verde e preto que ela ostenta em contraste com as cores pastéis e cândidas espalhadas pelos colegas de faculdade. Chamada de "alcachofra", vive na defensiva, ressaltando que não come "capim" e não se encontra "mareada" (diante do verde da pele). Entre carga de bullying, receberá o icônico chapéu preto visto no filme de 1939, com um presente dado "de coração".

Entre os 220 filmes mais rentáveis de todos os tempos e considerado o 10º filme mais impactante (pelo American Film Institute), o musical que fica atrás apenas de Cantando na chuva (1952), O Mágico de Oz (indicado a cinco prêmios Oscar) serviu de inspiração para a Broadway que se apoiou em livro de Gregory Maguire para a gênese do musical de Stephen Schwartz e Winnie Holzman. Na recriação em filme de Wicked (que terá continuação prevista para 2025), um vagão de trem muito especial seguirá para a famosa cidade das Esmeraldas. Lá, um personagem de Wicked será convocado para tocar o Grimmerie, publicação que reúne os feitiços sofisticados. No prelúdio da aventura de Dorothy haverá, entre outros feitos, a definição para a cor da inesquecível "estrada de tijolos".

Sapatos feitos de joias, a disposição de uma entusiasmada tutora (Madame Morrible, vivida por Michelle Yeoh) para os truques da varinha de treino (de magia) e o descontrole no comando do centro acadêmico de Shiz têm tudo para desafiar o rumo do Relógio do Dragão do Tempo, famoso pela capacidade de previsões, dentro da inventiva trama administrada por L. Frank Baum (no texto de 1900, O maravilhoso Mágico de Oz). Wicked, entre outros acertos, traz a capacidade de protesto frente a animais silenciados (sim, na trama eles gozam da capacidade de fala) e ainda a presença de Marissa Bode (atriz cadeirante), no papel de Nessarose (a irmã de Elphaba). Já são pistas para a esperada celebração "para além do arco-íris".

 

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