Ao chegar em Brasília, vindo de Fortaleza, na década de 1980, o contrabaixista Jorge Helder logo se integrou à efervescente cena musical da capital da República, na qual havia predominância do rock. Ele, porém, se alinhou a artistas ligados à MPB, além de se juntar a grupos jazzísticos.
Logo passou a ser notado e elogiado ao acompanhar cantoras como Cássia Eller, Zélia Duncan e Rosa Passos, que se apresentavam em casas noturnas. Tempos depois, tomou o rumo do Rio de Janeiro. Lá, não demorou muito para passar a integrar grupos que acompanhavam Chico Buarque e Maria Bethânia, com os quais continua a tocar.
Aliás, Bethânia costuma dizer: "Jorge Helder é o baixo mais disputado da música popular brasileira". A afirmação faz todo sentido, uma vez que o músico participou da gravação de incontáveis discos.
Em carreira solo, Jorge Helder havia lançado dois discos, Samba doce (2020) e Caroá (2022). Agora ele chega ao terceiro álbum, intitulado Samba e amor, que dedica a Chico Buarque e homenageia o cantor e compositor carioca — a quem acompanha desde a década de 1990 — na passagem dos 80 anos. Os dois também são parceiros em três composições: Bolero blues, Rubato e Casualmente.
Samba e amor traz oito faixas que, no entendimento do músico, representam a variedade e a maestria da obra de Chico: As Vitrines, O que será?, Morro dois irmãos, Basta um dia, Ela desatinou, Deus lhe pague, Brejo da cruz e e a que dá nome ao projeto.
Nos acompanhamentos, Helder, responsável também pelos arranjos, conta com Chico Pinheiro (guitarra), Hélio Alves (piano), Vitor Cabral (bateria e percussão) e Yuri Batista (contrabaixo), Filó Machado e Vanessa Moreno (vocais). O projeto gráfico tem a assinatura de Alexandre Amaral.
Samba e amor
Álbum de Jorge Helder com oito faixas. Lançamento do Selo Sesc.