O piano virou coisa seríssima na vida do húngaro Valentin Magyar quando completou 14 anos. Nascido em Budapeste em 2004, hoje com 24 anos, o pianista que tem no sobrenome o nome do país de origem acumula prêmios como o Concurso Yamaha, o Concurso HCC de Piano de Nova York, a medalha de ouro do prestigiado Vienna International Music Competition, o Prêmio Zoltán Kocsis e outros. São láureas suficientes para atrair o público ao recital gratuito que faz hoje, às 20h, no Teatro Poupex, uma cortesia da Embaixada da Hungria, país atualmente na presidência do Conselho da União Europeia.
"Ganhar uma competição abre muitas portas novas, o que pode proporcionar uma oportunidade de desenvolvimento para um jovem em início de carreira. Entretanto, é muito importante estar ciente dos perigos do esgotamento precoce e sempre buscar o equilíbrio certo", diz o pianista.
Valentin é uma espécie de especialista em Franz Liszt e por isso escolheu o conterrâneo como principal compositor do programa. Dele, vai tocar as Valsas esquecidas, a Polka Mefisto e Valsa Mefisto nº 1, peça de alta complexidade e mítica no mundo do piano.
Também estão no repertório as Três peças para piano, de Franz Schubert. "Preenchi o programa do concerto em Brasília com peças que são especiais para mim. Schubert e Liszt ocupam um lugar importante em meu coração. Também incluí no programa obras que são relativamente raras de serem tocadas, e estou ansioso para apresentá-las!", avisa o pianista.
O jovem húngaro é um dos destaques da mais nova geração de pianistas a ganhar os palcos internacionais com uma bagagem ancorada exclusivamente na música erudita. "Acredito que a música clássica tem valores que transcendem gerações, portanto, todas as idades podem se encontrar nela.
Entretanto, combinar as artes pode ser uma boa ideia para torná-la ainda mais atraente, por exemplo, misturando pintura e música", diz. Para Valentin, mesmo a música escrita há 300 anos e tocada ao longo dos séculos é capaz de oferecer ao ouvinte contemporâneo novidades inusitadas. "Há uma quantidade infinita de coisas para descobrir nas grandes obras-primas da música clássica, e cada artista vê e se expressa por meio de suas próprias experiências de vida. Para mim, essa é a abordagem contemporânea", avisa.
As grandes obras do repertório pianístico são bem-sucedidas ao longo dos séculos, para o jovem húngaro, pelo mesmo motivo que as pessoas ainda vão a museus: "Você nunca se cansa dessas obras de arte brilhantes e sempre encontra algo novo nelas".
Concerto de piano solo — Valentin Magyar
Hoje, às 20h, no Teatro Poupex (Av. Duque de Caxias, Setor Militar Urbano). Entrada franca, mediante lotação da sala
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