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Filme brasiliense "Nossa história" celebra identidade afro-brasileira

Curta-metragem de Vladimir Luz transforma região do Paranoá em palco natural para recontar histórias

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Filme "Nossa história" conta com profissionais de regiões periféricas do Distrito Federal - (crédito: Lucas Ravel)

Como um projeto que entrelaça ancestralidade, representatividade e resistência, o filme Nossa história surge como uma obra marcante no cenário do Distrito Federal. Financiado pelo Fundo de Apoio à Cultura (FAC) e produzido majoritariamente por talentos das cidades do Paranoá e Itapoã, o curta é um símbolo de protagonismo das periferias do Distrito Federal e das raízes culturais afro-brasileiras, recuperando narrativas apagadas em um gesto de coragem e empoderamento.

Filmado inteiramente nas regiões do Paranoá, Nossa história utiliza as paisagens únicas do cerrado para recriar a atmosfera da Serra da Barriga para conectar o passado e o presente, e dar voz a narrativas frequentemente negligenciadas no cinema nacional.

Vladimir Luz, diretor e roteirista de Nossa história, ressalta o potencial do seu primeiro curta-metragem. “Nossa história é mais do que um filme: é um tributo. Um tributo à resistência negra e, principalmente, às mulheres pretas que carregam em si a força ancestral de quem nunca desistiu”.

O curta gerou mais de 100 empregos diretos, beneficiando trabalhadores e artistas de regiões como Paranoá, Itapoã, São Sebastião, Ceilândia e Samambaia, além de Valparaíso e Luziânia (GO). Esse movimento dinamizou o mercado cultural local, oferecendo visibilidade a talentos que, muitas vezes, permanecem à margem do audiovisual brasileiro.

Atrizes, atores e técnicos das periferias tiveram a oportunidade de protagonizar um projeto que reflete suas histórias, além de atuar em uma indústria historicamente elitizada, o que reforça o papel da arte como ferramenta de inclusão social.

“O maior legado de Nossa História foi a criação de oportunidades reais para talentos periféricos, tanto na atuação quanto em funções técnicas, em um mercado historicamente inacessível. O filme ainda fortaleceu a autoestima das comunidades ao colocar suas histórias e paisagens no centro da narrativa, mostrando que as periferias não são apenas cenários de problemas, mas também fontes de cultura, arte e inovação.”, disse Vladimir.

O filme foi inscrito em três festivais fora de Brasília, mas ainda não saiu o resultado. Também terá uma exibição no Paranoá em 7 de dezembro, junto das comemorações do aniversário da cidade.

 

Correio Braziliense
postado em 28/11/2024 19:27
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