Crítica

Liberdade e os direitos iguais são tratados no reflexivo Pássaro Branco

Confira a crítica de Pássaro Branco — Uma história de Extraordinário

Passaro Branco, 
filme de Marc Forster -  (crédito: Paris Filmes/ Divulgação)
Passaro Branco, filme de Marc Forster - (crédito: Paris Filmes/ Divulgação)

Crítica // Pássaro Branco — Uma história de Extraordinário ★★★

Num truque da sétima arte, projeções de cinema dispostas ao longo do filme Pássaro Branco rendem dose extra de criatividade no enredo que une os jovens Julien (Orlando Schwerdt) e Sara (Ariella Glaser). A dupla se vê mais do que oprimida neste filme baseado em livro da autora R.J. Palacio, antecedido pelo desenvolvimento do best seller Extraordinário. Antes de mais nada, é importante destacar que a ação está enraizada nos anos de 1940, em meio à ocupação nazista na França.

Um elenco competente e bases mais sofisticadas de um roteiro sólido (a cargo de Mark Bomback, colaborador na recente saga Planeta dos Macacos) fazem de Pássaro Branco uma atração chamativa. Um grande diferencial está na direção, desta vez a cargo de Marc Forster (Em busca da Terra do Nunca). Ainda que parte de Pássaro Branco retome o fio da meada, sete anos depois de Extraordinário, vale o reforço de que um imenso flashback embrulha o miolo do longa — ou seja, a trama estará muito concentrada no passado. Julian (Bryce Gheisar), uma espécie de vilão do primeiro filme, terá um duro aprendizado a partir da visita da avó Sara — papel de Helen Mirren (sensacional como de costume).

No passado, Sara descobriu na pele — ainda engatinhando na futura trajetória artística — as barreiras da realidade frente ao ilimitado mundo da criatividade. Num filme com quê romântico de A culpa é das estrelas, Sara constrói com Julien um "próprio mundinho" distante daquele das placas de rejeição a judeus e das caçadas e matanças operantes.

As garras do preconceito já alcançam Julien, antes mesmo dos nazistas. Apelidado "caranguejo" (pela "deformidade" física, como dizem), sofre bullying de todos os cantos. Quem trata de intensificar a perseguição é Vincent (Jem Matthews). Pertinente em meio às viagens no tempo e espaço, o filme com aspectos de conto de fadas emprega uma simbologia simples e consegue trazer otimismo ao citar frase de Martin Luther King: "O ódio não pode expulsar o ódio". Um passeio criativo em meio à dura realidade da Segunda Guerra.

 

postado em 15/11/2024 09:35 / atualizado em 15/11/2024 09:37
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