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Death Note: Killer Within é impressionantemente bom

Jogo foi inspirado em temática de Among Us, no melhor estilo de "Aponte o culpado"

O duelo mental está estabelecido, que time vai ganhar a batalha de Kira e L? -  (crédito: Reprodução/Bandai Namco)
O duelo mental está estabelecido, que time vai ganhar a batalha de Kira e L? - (crédito: Reprodução/Bandai Namco)

Baseado em um dos primeiros animes que assiste de cabo a rabo, a Bandai Namco anunciou de surpresa e lançou com relativamente pouco tempo um jogo inspirado nas batalhas mentais de Death Note. Desenvolvido pela Grounding Inc., um estúdio que não tem muitos títulos relevantes na conta — para não dizer nenhum — e publicado pela Bandai Namco, Death Note: Killer Within é um jogo de investigação em que entre os jogadores deve-se encontrar qual deles é o temido assassino do Novo Mundo, Kira. O mangá foi adaptado em diversos tipos de mídia, até em jogos diga-se de passagem, filmes entram nessa conta e o próprio anime com 37 episódios também.

O caderno capaz de matar

 

Esse definitivamente é o design de personagem mais questionavél dos últimos tempos, nem os acessórios amenizam quão bizonhos eles são.
Esse definitivamente é o design de personagem mais questionavél dos últimos tempos, nem os acessórios amenizam quão bizonhos eles são. (foto: Reprodução/Bandai Namco)

A obra traz um caderno sombrio, que ganha o mesmo nome do seriado, se o seu usuário escrever o nome completo de uma pessoa lá, esse caderno cai na mão do jovem japonês Light Yagami, que começa a fazer justiça com as próprias mãos, até o ponto de se considerar um Deus para esse novo mundo livre dos crimes e injustiças. Com os misteriosos assassinatos, uma investigação começa para tentar revelar a identidade de Light.

Death Note é marcada pelo embate mental de seus dois protagonistas, L, um detetive misterioso que é considerado um gênio em dedução e Kira (Apelido usado pelo Light), que se manipula pessoas, situações e age cinicamente para espantar suspeitas, enquanto, nos bastidores tenta descobrir o nome verdadeiro de L, para assim colocar um fim em seu embate.

Diferentemente de muitos animes por aí, Death Note não é sobre quem bate mais forte, por isso, sempre foi difícil se fazer adaptação de jogo com seus personagens e mitologia, não que isso impedisse, mas limitava. 

O jogo mental

Enquanto do lado de Light, apenas 2 jogadores se cordenam para ganhar, do lado do investigadores, temos 7 detetives e ainda o L, que pode acusar alguém durante a reunião da investigação.
Enquanto do lado de Light, apenas 2 jogadores se cordenam para ganhar, do lado do investigadores, temos 7 detetives e ainda o L, que pode acusar alguém durante a reunião da investigação. (foto: Reprodução/Bandai Namco)

Então chegamos a Death Note: Killer Within, um jogo que veio de surpresa, anunciado há mais ou menos uma semana. O trailer me deixou mais confuso do que curioso, trazendo L e Kira numa mesa de xadrez, mostrando mini-personagens de design feio, que são os verdadeiros personagens do jogo.

Vale ressaltar que perto de outros jogos de tabuleiro, no quesito beleza, ganham, sem se esforçar, dos personagens daqui. Sou muito mais o sapato de Monopoly do que o personagem base.

O jogo de xadrez é simbólico, já que os dois estão “sempre jogando um com o outro”, mas não consiste em um jogo focado em seu modo história, não reconta fatos do anime, nem mesmo cria uma história original.

Death Note: Killer Within usa uma temática que bombou na pandemia, um estilo que foi chamado de Word Game, que se popularizou graças à Among Us.

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Nele, os jogadores são divididos em dois times, L e seus investigadores e o Kira e seu ajudante, sendo um único Kira, um único L e um único ajudante, enquanto todos os outros jogadores da partida são investigadores (em média sete jogadores se a partida de até 10 pessoas estiver completa). 

Enquanto os investigadores vão fazer suas tarefas por aí, o que aumenta a barra principal de tarefas, que existe tanto para o time L, quanto para o time Kira, o dever do Kira é atrapalhar o máximo possível.

Enquanto confunde os jogadores sobre sua identidade, o Kira pode disparar cenas de crime e fitas pelo mapa, e os investigadores devem correr para finalizar as tarefas antes do tempo, senão o contador do Kira disparará na frente.

Durante as fases de investigação, o time Kira deve recolher o nome dos jogadores ficando próximo deles, utilizando estratégias como ficar nos mesmos ambientes em que os investigadores estão e aproveitar sua tarefa para pegar seu nome. Com o nome, o Kira pode escrever no Death Note e o jogador será sentenciado à morte.

Ao entrarmos na segunda fase do jogo, a sala de investigação, onde os jogadores se reúnem e discutem suas suspeitas sobre a identidade do Kira. Enquanto quem já morreu permanece do além, vendo o Kira e seu seguidor tentando se desvincular das imputações de crime.

A dinâmica é a mesma de Among Us, mas casa com a temática da obra. Death Note, acima de cadernos mágicos capazes de matar, é sobre manipulação, investigação e cinismo, e é surreal como em algumas partidas eu me deparei com todos elementos enquanto jogava. Eu de verdade não esperava nada desse jogo, mas me trouxe boas horas de diversão.

As discussões que tive que engajar para provar ao máximo que não era eu o assassino fizeram me lembrar de bons tempos de jogos simples, assim de como a dinâmica do on-line, para quem só é acostumado com o single player, ainda é capaz de me surpreender — principalmente no jeito mais caótico e engraçado que as comunidades brasileiras são.

O jogo ainda conta com o sistema de crossplay, que permite jogadores de diferentes plataformas, neste caso do PlayStation 4 e 5, jogarem com pessoas no PC, o que ajudou a aumentar a quantidade de pessoas on-line para preencher salas.

O jogo ainda conta com um sistema de níveis, tendo um passe de batalha para adquirir itens cosméticos para seu boneco feio, que inclusive só é feio desse jeito porque você não pagou R$ 53,90 em uma expansão que traz uma roupa bonitinha de Light Yagami e seu ceifador sinistro, Ryuki.

Achei ok esse método de ganhar cosméticos, não me incomodou porque, pelo menos em alguns níveis, você escolhe o que quer receber dos itens.

Outras duas coisas que valem mencionar que foram estranhas, a primeira é que, na tela inicial, os personagens estão com carrilhados grotescos nos gráficos, nível TV de tubo. Não faço ideia do motivo da queda gráfica.

A segunda é que, em uma das partidas, quando sobrou Kira, seu ajudante e o L, o jogo simplesmente decidiu que não finalizaria, mesmo com o Kira saindo da partida, a rodada continuou e obrigou a todos os presentes na sala a saírem, e aqueles com mais azar, como eu, foram obrigados a fechar o jogo e abri-lo novamente.

Considerações finais

Apesar de tudo contra o potencial do jogo, Death Note: Killer Within consegue ser um bom passatempo.
Apesar de tudo contra o potencial do jogo, Death Note: Killer Within consegue ser um bom passatempo. (foto: Reprodução/Madhouse)

Death Note: Killer Within é um jogo que me surpreendeu positivamente. A realidade é que o estilo escolhido casou com a própria proposta da obra, o que não é mérito da Bandai, pois o estilo já existe.

Death Note tem a simplicidade de um jogo mobile, mas que curiosamente funciona, revelando que o verdadeiro mérito foi de ter a sacada de colocar algo que coubesse dentro do universo da obra.

Agora, espero eu, que o jogo não morra com alguns dias de existência, afinal, ele tem potencial, mas um dos fatores para a comunidade se segurar em pernas de pau por hora é que o jogo foi dado gratuitamente aos assinantes no serviço digital da PlayStation, o PlayStation Plus.

Death Note: Killer Within está disponível para PC, PlayStation 4 e PlayStation 5.

  • Enquanto do lado de Light, apenas 2 jogadores se cordenam para ganhar, do lado do investigadores, temos 7 detetives e ainda o L, que pode acusar alguém durante a reunião da investigação.
    Enquanto do lado de Light, apenas 2 jogadores se cordenam para ganhar, do lado do investigadores, temos 7 detetives e ainda o L, que pode acusar alguém durante a reunião da investigação. Foto: Reprodução/Bandai Namco
  • Apesar de tudo contra o potencial do jogo, Death Note: Killer Within consegue ser um bom passatempo.
    Apesar de tudo contra o potencial do jogo, Death Note: Killer Within consegue ser um bom passatempo. Foto: Reprodução/Madhouse
  • Esse definitivamente é o design de personagem mais questionavél dos últimos tempos, nem os acessórios amenizam quão bizonhos eles são.
    Esse definitivamente é o design de personagem mais questionavél dos últimos tempos, nem os acessórios amenizam quão bizonhos eles são. Foto: Reprodução/Bandai Namco
postado em 07/11/2024 11:04 / atualizado em 07/11/2024 11:04
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