Mesmo que você seja apaixonado por jogos de futebol, de luta ou outros títulos mais específicos, considero que, em algum momento, já tenha experimentado games de tiro em primeira pessoa. Parte da vida de muitas pessoas, Call Of Duty é, provavelmente, uma das franquias mais famosas da história. Apesar dos maus bocados nos últimos anos, Black Ops 6, o novo lançamento da Activision, parece devolver aos fãs os dias de glória e a confiança antes roubada.
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Há mais de duas décadas, o popular COD (como muitos gostam de chamar), tornou-se um dos jogos mais importantes do mundo. De início, foi publicado apenas para computadores. Mais tarde, porém, passou a estar presente em diversas plataformas, especialmente no Xbox 360. Ambientando na Segunda Guerra Mundial, o game tem por característica a experiência em batalhas e acontecimentos históricos.
Com o passar do tempo, entretanto, seu cenário passou por consideráveis modificações, em transições que vão desde o futuro até o espaço sideral. Contudo, acredita-se que o princípio do grande amor dos fãs para com o COD seja, realmente, aquela adrenalina diferente em se sentir um soldado de guerra lutando para sobreviver e cumprir sua missão. Se o objetivo de Black Ops 6 era reviver esse sentimento, afirmo com carinho que ele foi bem executado.
Campanha
Me despindo um pouco da veia profissional, como amante de COD, os inícios de gameplay recheados de cutscenes e belíssimas animações sempre me comoveram. As explosões por toda a parte e a agonia de tentar não morrer ainda que o jogo estivesse prestes a começar, é uma das emoções que fizeram de Call Of Duty um sucesso. Em Black Ops 6, isso não mudou. Entretanto, o ingrediente que fez do modo campanha um prato deveras especial, são as tramas e as dinâmicas entre passado e presente.
Tal qual uma série de investigação policial, COD começa com agentes da CIA em uma sala desvendando erros de uma missão que acontecera antes daquela conversa, no Iraque. Em seguida, a oportunidade de descobrir o que, de fato, aconteceu no campo de batalha. No game, em boa parte da campanha, assumimos o personagem Case Calderon, extremamente interessante para o decorrer da história, já que o seu desenvolvimento é muito bem feito e acertado pela Activision.
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Na companhia do jogador, outra adição importante, como Troy Marshall, parceiro de esquemas e batalhas de Case durante a jogatina. Ao lado deles, o velho conhecido Frank Woods também se faz presente, especialmente na base de operações onde todos se instalam, seja para averiguar e analisar próximas missões. Teorias conspiratórias, política e espionagem são três dos elementos primordiais em Black Ops 6. Com tramas bem elaboradas e contextualizadas, o game passa contar a história do grupo Panteão.
Além disso, esquemas internos de corrupção e a existência de um agente duplo da CIA também é um dos roteiros enigmáticos do novo lançamento. Assim, Black Ops 6 acontece em uma ideia que, apesar de ser igual as outras, acerta em desenvolver bem cada aspecto de sua jornada. Uma delas, inclusive, são os belos e importantes diálogos que acontecem, sobretudo na base de operações. Ambos os personagens conversam entre si, descobrindo um pouco sobre cada um.
Case, personagem assumido durante grande parte da campanha, se comunica através de mini falas que aparecem na tela, escolhidas para ditar o ritmo do jogo. Por vezes, as conversas são emocionantes e com uma pitada, digo eu, cinematográfica. Vale ressaltar, ainda, que a base de operações pode ser melhorada a partir das economias conquistadas durante as missões, sendo opcional, claro — mas um bom dinheiro sempre cai bem.
Saiba Mais
Por fim, Black Ops 6 entrega o que tanto se espera de um jogo à sua altura: jogabilidade. Para os veteranos, enfatizo que matarão a saudade daquela boa e velha adrenalina das batalhas e tiros trocados nas missões. Em momentos especiais e de abrupta agonia, COD traz, novamente, a experiência de um agente — ou soldado — que lhe deu sucesso no cenário de games eletrônicos. Armas novas e antigas, skins conquistadas e muito mais. De fato, é a volta dos que nunca foram.
Zombies e Multiplayer
As arenas bem montadas e os cenários diversificados. Para se divertir com amigos ou desconhecidos no mundo online, o modo multiplayer é uma ótima alternativa em Black Ops 6. No formato mais tradicional de Call Of Duty, o formato carrega tanto a possibilidade de jogar em equipe, quanto a de considerar qualquer jogador seu inimigo. O conteúdo, apesar de agregar bastante, contém alguns erros técnicos — que devem ser melhorados.
A mobilidade é um ponto positivo, embora a jogatina acelerada não seja tão agradável para alguns jogadores. Além do multiplayer, o zombies é uma outra opção para quem deseja fugir um pouco do modo campanha e se deliciar em outra aventura. No entanto, não há tranquilidade neste formato. Afinal de contas, eles correm, aparecem em montes e são extremamente chatos. A mira, talvez, não tenha se encaixado bem, e precise melhorar um pouco.
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Considerações finais
Bom, como amante de COD, fiquei feliz em reviver minha infância já nessa fase adulta da vida. Sem me deixar levar pelo sentimento, acredito que Black Ops 6 é um acerto — e tanto — da Activision. No seu estado mais bruto de guerras e tiros, ele está de volta. Alguns pontos negativos se fazem presentes, claro, como a necessidade de reiniciar o jogo sempre que há atualizações ou a pressa para as missões desenrolarem logo. Entretanto, o roteiro, a história e a jogabilidade compensam o que é de tão bonito no game.
Call of Duty: Black Ops 6 está disponível para PC, PlayStation 4, Xbox One, PlayStation 5 e Xbox Series X|S.
*Este review foi feito com uma cópia enviada pela Activision Brasil para PlayStation 5.