Em 30 de novembro de 1982, o mundo da música ganhava uma obra-prima que redefiniria os padrões da indústria: Thriller, de Michael Jackson. Com produção assinada por Quincy Jones, que faleceu nesta segunda-feira (4) em Los Angeles, o álbum consolidou o cantor como um ícone e trouxe inovações que marcaram para sempre o cenário musical.
Após o sucesso de Off The Wall, lançado em 1979 e também produzido por Quincy, Michael buscava algo ainda mais ambicioso. Sua meta era simples, mas ousada: criar um álbum onde todas as faixas fossem potenciais hits. E o resultado não poderia ter sido mais impressionante.
Thriller não apenas cumpriu esse objetivo, mas ainda trouxe uma sequência de músicas que se tornaram clássicos, como “Beat It”, “Billie Jean”, “Human Nature”, “The Girl is Mine” (com participação de Paul McCartney) e a própria faixa-título, “Thriller”.
A colaboração entre Michael e Quincy foi essencial para o sucesso do álbum. Em entrevistas, Michael revelou que Quincy permitia que ele explorasse sua criatividade ao máximo, sem impor limites. Em “Billie Jean”, por exemplo, Jackson já havia criado a base melódica e a linha de baixo, mas foi Quincy quem sugeriu um toque final: um riff que se tornou emblemático.
Para além dos hits, Thriller transformou o conceito de videoclipes e singles. A produção do videoclipe de “Thriller”, com elementos cinematográficos e uma coreografia icônica, influenciou gerações e reforçou o poder visual da música pop.
Hoje, Thriller permanece como o álbum mais vendido de todos os tempos, de acordo com o Guinness World Records. A obra de Michael Jackson e Quincy Jones revolucionou a indústria e continua a inspirar artistas de todas as gerações.
Quincy Jones, lendário produtor musical, morre aos 91 anos
Quincy Jones, o gigante da indústria musical com uma carreira de seis décadas, morreu aos 91 anos nos Estados Unidos.
De acordo com seu assessor, Arnold Robinson, Quincy morreu na noite do último domingo (3) em sua casa em Los Angeles, cercado por sua família.
“Hoje à noite, com o coração cheio, mas partido, devemos compartilhar a notícia do falecimento de nosso pai e irmão Quincy Jones”, disse a família em um comunicado. “E embora esta seja uma perda incrível para nossa família, celebramos a ótima vida que ele viveu e sabemos que nunca haverá outro como ele.”
“Ele é realmente único e sentiremos muito a sua falta; nos confortamos e nos orgulhamos imensamente de saber que o amor e a alegria, que eram a essência de seu ser, foram compartilhados com o mundo por tudo o que ele criou. Por meio de sua música e seu amor sem limites, o coração de Quincy Jones baterá pela eternidade”, finalizaram.
Segundo a Billboard, ele colaborou com Count Basie e Clark Terry até Ray Charles, Frank Sinatra e Michael Jackson.
Vale destacar que Quincy Jones produziu os álbuns mais vendidos de Michael Jackson Off the Wall, Thriller e Bad; obteve os direitos do romance The Color Purple e escalou Oprah Winfrey para a adaptação cinematográfica de Steven Spielberg indicada ao Oscar em 1985; e comandou as históricas sessões de gravação do single beneficente de 1985 We Are the World. Assumindo o comando de A&R na Mercury Records em 1961, ele se tornou o primeiro afro-americano a servir como vice-presidente de uma grande gravadora.
Vale mencionar que em 60 anos de carreira, ele atuou como músico, compositor, produtor, maestro, arranjador, artista, dono de gravadora e executivo, produtor de TV/cinema, editor de revista e humanitário.