REVIEW

Horizon Zero Dawn: Remastered é a coroa no ano mais fraco do PlayStation

Remastered da primeira parte só tem uma adição, que pode ser válida para alguns, mas upgrade visual deixa a desejar

A Guerrilla Games traz uma versão com gráficos 4K para atrair os usuários da nova geração para o início da história de Aloy e seu mundo com máquinas que simulam animais. Em 2022, a sequência do primeiro jogo chegou à nova geração, utilizando um motor gráfico melhor aprimorado para desempenhar gráficos mais bonitos no PlayStation 5, esse que é utilizado novamente, no melhor estilo The Last of Us Part 1, um remake do primeiro com o motor gráfico do segundo.

Mesmo jogo, novos gráficos

Reprodução/Sony PlayStation - Com 30 dev kits usados, novos gráficos foram revisados intensamente para chegar a perfeição.

Acima de tudo, esse não é texto para desclassificar o trabalho de quem passou horas checando luz e iluminação nessa nova versão do jogo, atualizando modelos, texturas, etc. Esse trabalho é extremamente bem feito, não existe discussão sobre a qualidade. O foco aqui é tentar refletir sobre o porquê seria necessário um Remastered de Horizon: Zero Dawn

Horizon: Zero Dawn, sem dúvida, foi um dos exclusivos que dizia a que veio o PlayStation 4 e a oitava geração de consoles, com seu tema inovador e gráficos absurdos para a época, além de um gameplay baseado em jogos de aventura, como a nova levada de Tomb Raider - jogo vendeu quase 25 milhões de cópias até o início de 2023, mostrando que Guerrilla ainda estava forte no mercado mesmo depois de encerrar sua série principal Killzone, de forma desastrosa com Killzone: Shadow Fall, que vendeu pouco mais de 2 milhões de cópias e foi duramente criticado.

No jogo, controlamos a caçadora Nora Aloy em sua jornada para descobrir o passado de um mundo que parece tribal, mas, na verdade, é um futuro distópico, onde os seres humanos vivem novamente em tribos e cultuam deuses, sobrevivendo enfrentando criaturas tanto de carne e osso, quanto de metal. Além disso, o jogo conta com uma árvore de habilidades para melhorar as perícias de Aloy, misturando alguns elementos de RPG e exploração para conseguir mais recursos, podendo criar novas armas e armaduras.

Marketing foi desleal

Reprodução/Sony PlayStation - Para aqueles que pediram a Sony trocou o modelo "feio" da Aloy criança.

Uma das “estratégias” adotadas pela Sony para tentar vender Horizon: Zero Dawn Remastered foi retirar o jogo original dos PlayStation Hits em sua loja digital, essa categoria criada para jogos lançados há um tempo considerável e que a empresa considera um jogo “Must Play” (Em tradução livre, jogos em que se precisa jogar).

Esses títulos ganham um desconto para serem mais acessíveis a novos donos do console. O custo do jogo era R$ 99,50 e, com anúncio do Remastered, pulou para R$199,50, um aumento absurdo de praticamente outro jogo no preço do título original.

Talvez ele tenha sido feito para colocar o preço de R$ 249,99 do Remastered mais atraente para o consumidor, já que os gráficos estão refeitos para o PlayStation 5, mas a decisão deveria ser do consumidor. E o aumento não foi só no Brasil, nos Estados Unidos e no Reino Unido. O jogo também sofreu um ajuste de preço.

Reprodução/PlayStation Store Brasil - Listar fatores de um lado, como se outro não tivesse nada, pode ser considerado engano para o consumidor leigo.

Apesar das diversas coisas listadas no Remastered e escondidas na Complete Edition, a expansão que é um dos destaques dessa nova versão está disponível em ambas as edições. O maior diferencial são as skins, que podem ser adquiridas ao longo da campanha em ambos os jogos, não sendo um produto exclusivo.

O que é curioso é que as lojas físicas, como a Amazon, permanecem vendendo o jogo a preço do PlayStation Hits. Ou seja, você comprar o jogo mais barato do que na própria loja da Sony ou, se você já jogou o primeiro jogo e ficou curioso por conta dos gráficos melhorados do Remastered, pode simplesmente comprar a sequência que ainda assim é mais barata do que o atual preço do Remastered.

Reprodução/Amazon Brasil -
Reprodução/Amazon Brasil -

O elefante na sala

Reprodução/Sony PlayStation - A empresa que mais se destaca por jogos exclusivos, em 2024 ficou totalmente perdida na arte em que é especialista.

O anúncio de outro console feito para potencializar os gráficos dos jogos do PS5 não me deixou alegre, principalmente por, assim como as remasterizações, a única coisa que a Sony tinha para mostrar, eram jogos velhos com performance e gráficos melhores, nenhum novo jogo foi trazido no anúncio do console, o que pode confirmar as suspeitas de que a vertente seja só melhorar o que já existe.

O PS5 Pro e as declarações de que “Estamos no fim da geração” demonstram que a Sony se perdeu no caminho entre inovar e criar, focando seu esforço em bater de frente graficamente com o Xbox Series X e o PC, enquanto o restante tenta se igualar à sua biblioteca de sucessos. A acomodação da empresa no sentido de criar se tornou um problema.

Em 2024, a Sony patinou muito, como já reiterei na review de Until DawnAstro Bot, a empresa que tem os melhores exclusivos do mercado, não existe dúvida disso, mas não tem conseguido entregar o potencial que a maioria dos seus estúdios tem.

Houve um respiro recente com o anúncio de Ghost of Yotei, que promete ser tudo e mais um pouco do seu antecessor Ghost of Tsushima, mas eu apenas peço para que o 2025 da PlayStation tenha mais títulos originais e menos remasterizações, aproveiitando melhor a mão de obra existente

Horizon: Zero Dawn Remastered chega ao PlayStation 5 e ao PC em 31 de outubro.

*Este review foi feito com uma cópia enviada pela PlayStation Brasil

 

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