A terça-feira da Infinu será em outra língua. Afinal, Shawn James, cantor soul de Chicago nos Estados Unidos, traz um show especial com banda para o palco da música alternativa do Plano Piloto. Intitulada Muerte mi amor, a turnê passa pela capital após apresentações em São Paulo, Curitiba e Porto Alegre e depois se estende para o Rio de Janeiro e Belo Horizonte, antes de viajar para outros países da América Latina.
O músico que acumula milhões de reproduções em todas as redes sociais chega à Brasília para a segunda etapa de uma turnê mundial do disco Honor & vengeance. A nova série de shows leva o nome da oitava faixa do álbum e será focada em espaços menores, casas de espetáculo mais íntimas. "Pode ser diferente de um show grande, mas com certeza é mais especial", destaca o artista em entrevista ao Correio.
Para ele, é incomparável e impossível reproduzir a vivência de um show mais próximo do público. "Se você toca para 15 mil pessoas tem algo diferente, porque é muita gente, muita luz e muitas coisas grandiosas. Você parece até mais legal do que realmente é. Porém, tem uma sensação única em tocar em um lugar pequeno, pode não ter o maior palco, ou a melhor luz, ou mesmo nem ser um lugar tão incrível, mas a energia de ver e estar perto dos fãs, não dá para recriar em nenhum outro espaço", explica.
Trazer esse formato, em que ele divide o palco com um violinista, um baixista acústico e um baterista, para o Brasil é gerar emoção em um público que o emocionou. "A paixão do público e o jeito como eles se envolvem com a música e sabem cada letra de cada canção é apaixonante. Eu fiz muito show bom na minha vida, mas nunca havia experimentado esse tipo de energia ", lembra Shawn.
O cantor tem uma relação de necessidade com a música, precisou dela a vida toda para viver. "Durante o meu crescimento, vivi períodos muito difíceis. A única coisa que sempre me salvou foi a música. Ela me deu um senso de escape, paixão e emoção", conta. O músico precisa ser verdadeiro no próprio trabalho para ser justo com a própria trajetória. "Meu objetivo é fazer música genuína, emocionante e que venha do coração", afirma Shawn. "A ideia é fazer algo que as pessoas possam se relacionar, emocionar e tirar algo em experiência", completa.
Por todos esses motivos, a ideia era conhecer o Brasil tendo uma experiência única com o público. A capital, portanto, pode esperar uma noite especial. "Meus shows são alguns dos mais emocionalmente intensos que uma pessoa pode ver na vida. Eu e minha banda colocamos tudo que temos no palco e por isso que continuo fazendo isso", antecipa o cantor, que acredita poder marcar os corações dos espectadores. "Eu espero que eu e a cidade de Brasília tenhamos juntos uma das nossas melhores noites de música", completa
The last of us
Só de viver de música Shawn James já realizava um sonho diário. No entanto, um fato mudou ainda mais a trajetória do cantor. Quando era apenas conhecido em nichos, Shawn recebeu um e-mail da Sony Playstation pedindo os direitos de uso da música Through the valley. A mensagem não especificava para que fim seria usada música, também não falava como seria, nem quem a tocaria. Após conversas com amigos, o cantor liberou o uso. "Eu assumi um risco, falei sim. Um dia, três anos depois, ela saiu no trailer de The last of us parte 2. Era o jogo perfeito para música e a música perfeita para o jogo, foi inacreditável", recorda.
Through the valley era uma música que não tinha feito sucesso, apesar de ser uma das favoritas do cantor. "Essa era uma das músicas menos populares da minha discografia, eu cheguei a tirá-la do meu repertório. Por cinco anos, ninguém ligava para essa música, por isso parei de tocar na época", pontua. Porém, quando a personagem Ellie, dublada por Ashley Johnson, cantou a música tudo mudou. "Toda vez que toco essa música ao vivo, as pessoas cantam tão alto que eu mal ouço minha voz", diz.
A faixa passa de 50 milhões de streams apenas no Spotify e é um das mais pedidas pelos fãs para os shows. Atualmente, Shawn se sente abraçado pela comunidade dos amantes de The last of us. "Os fãs desses jogos e desse mundo, fizeram da música um clássico. Para mim, foi absurdo, porque posso viver agora algo que nunca imaginei por causa desses fãs. Tenho sorte de estar conectado a pessoas tão boas quanto os fãs de The last of us", elogia o artista, que compartilha da sensação de arrepio de ver esta música ao vivo. "Só o fato de eu poder tocar, de ser minha música mais ouvida, me faz ter arrepios. É muito especial".