O que é ser “velho” no século 21? Será que fomos aculturados a acreditar que existe uma definição padrão para esse grupo? Ou, ainda: em uma sociedade cuja expectativa de vida tem aumentado ao longo dos anos, estamos verdadeiramente preparados para lidar com o envelhecimento? Em 2024, o especial Falas da vida propõe, por meio de experimentos sociais e, com a apresentação de Dona Déa Lúcia, um encontro reflexivo entre quem já está no grupo de idosos e os que ainda não chegaram lá. Previsto para ser exibido nesta terça-feira (8/10), o programa marca a comemoração ao Dia Internacional das Pessoas Idosas e Dia Nacional do Idoso, celebrado em 1º de outubro.
Recrutada para conduzir o espectador nesta jornada, Dona Déa Lúcia tinha 58 anos quando seu filho, Paulo Gustavo, produziu o espetáculo pelo qual ela ficaria conhecida como a "mãe do Brasil". Com seu jeito alegre, descontraído e capaz de falar com diferentes públicos, aos 77, o nome da verdadeira Dona Hermínia logo surgiu e foi unanimidade para evocar a liberdade a que os idosos podem se permitir. “A ideia de que o velho é alguém que ficará em casa enquanto os mais jovens trabalham para manter a roda da economia girando é coisa do passado. Os idosos podem e devem contribuir para a geração de riquezas do país. E, claro, têm direito às boas coisas da vida, como sentir-se bem com o próprio corpo, amar e ser amado”, comenta a produtora Ciça Guedes.
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Envelhecer é legal
Com direção de Patricia Carvalho, roteiro de Malu Vergueiro e produção de conteúdo de Ciça Guedes, o especial tem como ponto de partida o mote “Envelhecer não é fácil, mas pode ser legal. Existe felicidade e produtividade na velhice!”. Para tanto, a partir da ótica de etarismo, em especial aquele presente no mercado de trabalho, apresenta situações comuns na vivência diária a que os idosos são expostos. Pessoas com mais de 60 e pessoas com menos idade participaram dos experimentos que foram divididos em três dimensões: preconceito, trabalho e família.
“Queremos mostrar para quem é jovem hoje, novas maneiras de envelhecer, desmistificar que a vida acaba aos 60. Ao contrário, ela recomeça com mais sabedoria, com mais experiência e principalmente, com menos ansiedade”, define a diretora Patricia Carvalho, trazendo dados que explicam o recorte como fio para o processo criativo do programa.
Patricia aponta que, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a população do Brasil com mais de 60 anos é de 34,3 milhões de pessoas, mas só 7,8 milhões desses estão no mercado de trabalho. Outro dado que mostra a relevância do tema é o aumento da expectativa de vida. “Em agosto, o IBGE divulgou que a esperança de vida ao nascer subiu de 71,1 anos em 2000 para 76,4 anos em 2023, e deve chegar aos 83,9 anos em 2070. Ou seja, precisamos de um novo olhar sobre o envelhecer!”, assinala a diretora.
Experimentos
Os experimentos do Falas da vida foram apresentados por Cauê Fabiano. No primeiro deles, Cauê fala características e atributos para convidados que devem fazer um retrato falado — com a ajuda de inteligência artificial. Ao final, assistimos o confronto expectativa x realidade. Como as informações dadas por ele são de pessoais reais, os participantes se espantam em perceber pré-conceitos estabelecidos e não condizentes aos perfis apresentados. Já no segundo teste, jovens são convidados a montar seus times para uma competição com o tema fotografia. Sem que eles saibam, entre os talentos na sala estão Bob Wolfenson, Cristiano Mascaro e Rosa Gauditano, referências nesse mercado. Em um suspense, o público vai acompanhar se esses ícones foram ou não escolhidos para compor as equipes.
O programa também conta com a participação de Olga Quiroga, nome significativo na luta pelos direitos dos idosos, especialmente por moradia e do estilista Espedito Celeiro. E, no último experimento, os atores Ary Fontoura e Lucio Mauro Filho encenam uma narrativa para tratar da relação familiar com uma mensagem de cuidado e inversão de papeis.
“As avós de hoje não se parecem com as “nossas” avós. No comportamento, na aparência, na vitalidade. Entendo que uma das missões do programa é questionar essa imagem que ainda mora no imaginário da maioria das pessoas. Tratamos sobre maturidade, experiência e, que não há tempo a perder com bobagens”, encerra a roteirista Malu Vergueiro.
O Falas da vida tem direção de Patricia Carvalho, roteiro de Malu Vergueiro, produção de conteúdo de Ciça Guedes e Adriana Soderi, produção de Natalia Daumas, produção executiva de Fernanda Neves e direção de gênero de Mariano Boni.
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