Fãs brasileiros gastam, em média, R$ 200 por mês com celebridades, ideias ou marcas que admiram. É o que diz o levantamento feito pela marca operacional Monks e pelo instituto de estudos culturais e pesquisa comportamental floatvibes. Os dados apontam ainda que cerca de 38% da população do país se vê, de alguma maneira, como parte de um ‘fandom’.
De acordo com o IBGE, um brasileiro gasta, em média, R$ 40 por mês com cultura. Esse valor é multiplicado por cinco quando se trata de fãs, de acordo com a pesquisa A era dos fandoms, que entrevistou 622 pessoas ao redor do país para chegar aos resultados.
Segundo o levantamento, são quatro as principais áreas de mobilização de fãs no Brasil: esporte, filmes e séries, música e games. 30% desses fãs, por exemplo, compram produtos oficiais de edição limitada pelo menos uma vez por ano; e 37% acreditam que a dedicação do fã pode ser medida por quanto dinheiro ele gasta com o ídolo ou a marca que admira.
Do total de entrevistados, 71% veem os fãs brasileiros como “os mais dedicados da internet”. É por isso que eles se submetem a perrengues como acampar em filas longas para alcançar bons lugares em apresentações, pagar valores altos por ingressos, ou até mesmo aceitar cancelamentos de eventos em cima da hora.
“O fã brasileiro está acostumado com o perrengue, o que nos revela duas coisas”, diz, em nota, Fabiano Carvalho, diretor de Pesquisa Cultural & Insights da Monks. “A primeira é que as pessoas estão dispostas a ir muito longe para demonstrar sua paixão. A segunda é que há uma oportunidade para as marcas conquistarem esse público com gestos de minimização do perrengue.”
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O objetivo do levantamento, portanto, é levar compreensão de fandoms a empresas, a fim de que estas possam explorar melhor potenciais comerciais. Isso seria importante pois, de acordo com o estudo, esses grupos são, de certa forma, orientados para e pelo consumo — tanto que 53% dos entrevistados entendem este aspecto como “fundamental na manutenção da dedicação como fã”.
Diretora da marca Monks Brasil, Marina Pires informa que a pesquisa “desmistifica os fãs e mostra como o novo padrão de comportamento deles, impulsionado pelas redes sociais, representa grandes oportunidades para as marcas, com um público que combina consumo e devoção”. Segundo ela, “na era dos fandoms em que vivemos, as marcas precisam ter estratégias para como interagir com essas comunidades”.
Por serem público exigente, é preciso, porém, além de explorar o amor, ter cuidado com o ódio que pode ser externado por ele. 64% dos entrevistados acreditam que o sentimento negativo de um fã pode ser tão potente quanto o positivo. “Sem uma estratégia certeira, os fãs rapidamente podem se transformar em haters, causando potenciais danos às marcas”, diz o release.
O que é ‘fandom’?
Trata-se de comunidades de fãs de um artista ou tema específico. Esses fãs geralmente se reúnem em plataformas digitais ou presencialmente para discutir e compartilhar experiências sobre assuntos em comum que as interessam, que giram em torno de ídolos, esportes, marcas ou filmes e séries que admiram.
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