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Pianista Antônio Carlos Bigonha comemora 60 anos no Clube do Choro

O compositor gravou quatro discos em duas décadas de carreira e revisita seus maiores sucessos na noite desta quarta-feira (30/10)

Antônio Carlos Bigonha se apresenta nesta quarta-feira (30/10), às 20h30, no Clube do Choro -  (crédito:  Aurélio Pereira )
Antônio Carlos Bigonha se apresenta nesta quarta-feira (30/10), às 20h30, no Clube do Choro - (crédito: Aurélio Pereira )

Em uma comemoração especial de 60 anos, o pianista e compositor, Antônio Carlos Bigonha se apresenta no palco do Clube do Choro nesta quarta-feira, às 20h30. Acompanhado de Márcio Bigonha, Gabriel Soledade, Roberto Bigonha e Orquestra de Cordas Toccata, Antônio revisita seus maiores sucessos e faz uma retrospectiva de suas duas décadas de carreira. O Correio entrevistou o músico.


A comemoração dos seus 60 anos acontece no Clube do Choro, amanhã. O que isso representa para você considerando sua trajetória musical e sua conexão com Brasília desde os anos 1970?

Estou muito feliz. Este show representa a consolidação de um trajetória musical em Brasília que já soma duas décadas, período em que gravei quatro álbuns. Sou mineiro de Ubá e vim para Brasília aos 12 anos, de modo que minha formação musical consolidou-se aqui, na Escola de Música de Brasília e no Conservatório Lorenzo Fernandes e, mais tarde, na UnB. Acredito que minha geração é muito marcada pela construção da capital, pela força da arquitetura de Oscar Niemeyer e do urbanismo de Lucio Costa. E, certamente, essa influência transparece em minhas composições.


As composições dos seus álbuns exploram uma rica diversidade de temas e sentimentos. Como surgem as inspirações para compor, especialmente para peças que exploram emoções tão distintas como as encontradas em Urubupeba e Saudades de Amanhã?

Sou pianista de formação erudita, frequentei o conservatório, mas a força da música brasileira sempre foi muito intensa em mim, do samba, do choro, do baião. De modo que eu fui trazendo os ritmos do Brasil de dentro da valsa europeia, acentuando a síncope, buscando o suingue do nosso povo. E sempre me preocupei bastante em passar uma mensagem melódica clara, muito influenciado pela música do cinema. Nesse sentido, Antonio Carlos Jobim e a Bossa Nova são duas fontes muito marcantes. Procuro inspiração no cotidiano, nos acontecimentos aparentemente banais, mas, que, às vezes, nos despertam sentimentos intensos. Urubupeba e Saudades de amanhã foram arranjados pelo genial maestro, compositor, cantor e violonista Dori Caymmi e buscam recuperar as texturas musicais do Tom Jobim, mas a partir de perspectivas bem diferentes. Saudades de Amanhã foi concebido no contexto da pandemia e eu acredito que retrata bem a contradição daquela época, na qual nós fomos confrontados com um futuro sombrio. A gente ficou com saudade dos nossos sonhos, de um amanhã livre de tantos perigos. Felizmente, aquele susto já passou.


O senhor estará acompanhado de familiares, como Márcio e Roberto Bigonha. Como é dividir o palco com eles, e como a presença da família influenciou ou moldou sua carreira musical?

Estarei com meus filhos Roberto, Márcio e Antônio, que tocarão em uma música que compus para Márcia, minha esposa, a mãe deles. É uma emoção muito grande, porque parece que foi ontem que eu os trouxe da maternidade. A música sempre foi muito forte na nossa família. Minha mãe, Helena, foi minha professora de piano e também dos meus três filhos. De modo que a nossa vida foi sempre permeada por muita música, por uma autêntica trilha sonora. E contaremos com a Orquestra de Cordas Tocatta, para executar os lindos arranjos de Dori. E uma participação especial do Reco do Bandolim.


Ao revisitar composições de duas décadas de carreira, qual legado você espera deixar na música instrumental brasileira, e o que acredita ser o próximo capítulo da sua jornada musical?

Eu acredito muito na força da mensagem melódica dessas canções. E estou atento à harmonia e ao ritmo da música do Brasil. A música instrumental tem uma universalidade muito poderosa, capaz de romper fronteiras e influenciar diferentes culturas. E tenho como exemplo a coerência do Dori Caymmi, a sua preocupação em ser um guardião dessa tradição. É uma honra fazer uma retrospectiva ao lado do grande músico e amigo Jorge Helder, nosso maestro da noite.

 

Serviço: 

Show de Antônio Carlos Bigonha

No Clube do Choro, quarta-feira (30/10), às 20h30

Ingressos a partir de R$40, no site da Bilheteria Digital: https://www.bilheteriadigital.com/antonio-carlos-bigonha-no-show-quot-saudades-de-amanha-quot-30-de-outubro

postado em 30/10/2024 16:31
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