MÚSICA

Aretuza Lovi lança Borogodó 2, EP que homenageia o Norte e o Nordeste

O projeto é dividido em duas fases: a primeira parte do quarto disco chegou às plataformas no dia 17 de outubro

Aretuza Lovi homenageia o norte e o nordeste em novo projeto -  (crédito: Divulgação)
Aretuza Lovi homenageia o norte e o nordeste em novo projeto - (crédito: Divulgação)

Em outubro, a cantora e drag queen Aretuza Lovi publicou o novo projeto da carreira, a primeira parte do seu quarto disco. O EP Borogodó 2: Sob a bênção do sertão expressa o amor e a conexão de Aretuza com o Nordeste. Apesar de ser goiana, a cantora viveu boa parte da vida nas regiões Norte e Nordeste e busca homenagear, com uma série de regravações, a própria vivência. 

O álbum é uma continuação de Borogodó, disco realizado em 2022. No primeiro projeto, Aretuza comenta que fez uma mistura de diversos ritmos e a segunda parte veio para reforçar a importância das regiões para sua vida, por possuir ritmos que regem o seu dia a dia. “Eu escuto diariamente, é como uma oração pra mim. Eu vivo isso geralmente como uma religião. Eu preciso homenagear o Norte e o Nordeste, tudo que representam pra mim. Foi quando eu decidi fazer o Borogodó, volume 2, em homenagem e uma forma de agradecer tudo que o Norte e o Nordeste representam na minha vida”, comenta a cantora. 

Aretuza conta que, apesar de não estar em um momento fácil da vida, a criação do projeto veio como uma salvação. “Lembro de ouvir as músicas que gosto no banho e perceber o quanto aquilo era importante para mim. Tenho lembranças dos cheiros, dos sabores e dos momentos. Assim eu escolhi as músicas que eu regravaria para o álbum”, relata a drag queen

A primeira parte conta quatro músicas, em parceria com Klessinha A Baronesa e Àttooxxá. A releitura de Tutti Frutti, canção do Calcinha Preta, foi realizada com o grupo. Para a cantora, a parceria é a realização de um grande sonho de vida. “É uma banda que me leva para quando eu era criança, vendo as cantoras e querendo ser como elas. Fui para o Nordeste também por me sentir muito acolhido em relação a minha sexualidade. Foi um presente gravar com a maior banda de forró do planeta”, destaca.  

A conexão com as bandas do Norte e Nordeste do país trouxe para Aretuza uma libertação. “Olhava para as cantoras e queria poder dançar como elas, via os bailarinos sem nenhuma masculinidade frágil. E essa minha vontade sempre foi motivo de piada. Hoje, posso fazer tudo que eu quero, posso ser aquela criança com uma toalha na cabeça que imitava a Joelma e a Paulinha, graças a essas mulheres que me motivaram muito”, relata Aretuza. 

No momento atual, com mais de dez anos de carreira, Aretuza Lovi diz que decidiu deixar a pressão da indústria de lado e trabalhar em um processo mais calmo e amoroso, consigo e com seus projetos. O álbum foi todo realizado com pessoas nordestinas e a cantora vê a produção como um agradecimento, abraçando a alma do sertão. “Estou muito mais tranquila, passei por muitas coisas boas e muitos obstáculos, mas hoje enxergo que fui pioneira no movimento drag music cantando música popular do Brasil”, comenta. 

A segunda parte do projeto irá homenagear o Norte e o projeto completo será divulgado em janeiro de 2025. “Decidi fazer assim porque são muitas faixas, não quero correr, quero trabalhar essas faixas. O plano é continuar fazendo o que eu amo, viajar o Brasil com meus shows e viver o meu sonho sem muitas cobranças comigo mesmo”, finaliza Aretuza.

Ao final da entrevista, Aretuza comentou sobre a ligação com o Correio e com Brasília. "Minha drag começa em Brasília em 2012, não seria nada sem esse processo na capital também! Amo a cidade e agradeço também ao Correio por estarem fazendo matérias sobre mim desde o meu primeiro ano", destaca. 

 

postado em 01/11/2024 14:54
x